2018. Poderia ser mais um ano de eleições qualquer. Mas alguns fatores que vem de alguns anos para cá tornaram esse um ano atípico. A Operação Lava Jato, iniciada em março de 2014, atingiu em cheio o governo do Partido dos Trabalhadores. Nomes importantes do partido como João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do PT), José Dirceu (x-deputado federal pelo partido), Antônio Palocci (ex-ministro da casa civil no primeiro governo Dilma) foram presos em fases da operação. As manifestações pró e contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, realizadas por grupos como o Movimento Brasil Livre (pró) e CUT(Central Única dos Trabalhadores) e MST(Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) em 2015 e 2016, acirraram os ânimos, que já estavam um tanto exaltados.

Em agosto de 2016, surge o ápice político que daria uma bela sacudida no país: por 61 votos a 20, o Senado Federal aprova o impeachment da então presidente. Michel Temer assume. Até então, os que eram a favor do governo Dilma, acusavam os pró-impeachment de "golpistas". Um ano depois, em agosto de 2017, os mesmos que condenaram Dilma, salvaram Michel Temer, de uma denúncia do Ministério Público por suposto recebimento de propina. Desde março de 2017, Temer já estava com a  imagem arranhada após o vazamento de áudios dele com o dono da JBS, Joesley Batista, onde conversavam sobre supostas propinas a um procurador e pendências com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Debate dos candidatos à presidência em 1989


A crise que se arrasta desde 2013, iniciada nas manifestações de junho daquele ano, e perpassa tudo o que foi descrito nos dois últimos parágrafos, não encontrou solução. Se os brasileiros estavam insatisfeitos com Dilma, mais ainda com Temer. "É a economia, idiotas!". Nem tanto. Os avanços na área econômica não conseguiram reverter o desgaste na imagem do atual presidente. O resultado: o país voltou a 1989.

1985 foi marcado pelo início da redemocratização do Brasil. Após 21 anos de Ditadura Militar, finalmente os brasileiros teriam novamente o direito e votar. Diretas já? Nada disso. Colégio eleitoral: os deputados votariam no próximo presidente. Tancredo Neves (PMDB) ou Paulo Maluf (PSD)? Parecia óbvio: Tancredo ganhou com mais de 70% dos votos. Morreu sem assumir a presidência. Seu sucessor: José Sarney.

No fim das contas, o Brasil só sentiria o gostinho de votar quatro anos depois, em 1989. Eleições diretas? Sim. Por um lado, democracia, por outro... Pipocaram os candidatos à presidência. Nada menos que 22. Até Silvio Santos - mas foi barrado por questões e candidatura. Leonel Brizola, o Maluf tentou de novo... Sabe o Fernando Gabeira? Sim, até ele. O Enéas também.  E claro, os protagonistas, Lula e Fernando Collor.

Agora processe tudo que eu resumi até agora. 

Após um período conturbado na política, surge uma eleição direta. Um montão de candidatos. Cogita-se o nome de um apresentador de televisão. Os brasileiros estão mais perdidos que surdo em bingo. A descrença com a classe política aumenta e surgem 'salvadores da pátria'. Lula é candidato - o candidato operário. Collor se lança à presidência da República - o caçador de marajás.

Tanto 1989 quanto 2018 podem ser descritos pelo parágrafo acima. Tivemos Luciano Huck, o Silvio Santos de 2018. O número de candidatos está em 14. Por enquanto. Lula, se puder, será candidato. Jair Bolsonaro desponta como uma possibilidade. E, pasmem,Collor quer tentar uma reeleição. Num cenário como esse, é possível que alguém abocanhe o segundo turno com pouco mais de 15% dos votos. Os votos se dividirão entre os 14. Ainda que existam os nanicos, há um racha considerável entre pelo menos cinco ou seis deles.

O caminho das eleições deste ano é o mesmo trilhado em 89. Só falta a Marília Gabriela mediar o debate. Caso não aconteça uma tragédia como a morte de Eduardo Campos em 2014, a única surpresa das eleições de 2018 é quem vai vencer. Por mais óbvio que isso possa soar.
Todos nós recebemos. Todos nós odiamos. Um grande título anuncia, em letras astronômicas:
BOM DIA!!! - usam e abusam das exclamações. A imagem ao fundo é uma pomba branca cercada
de rosas vermelhas. Na frente da imagem um smilinguido, que, com certeza, está chateadíssimo por
sua presença não fazer o menor sentido naquele gif horroroso. Um círculo verde fecha a imagem
numa diagramação realizada pelo próprio satanás.





“Vamo fazer um churras galera? HAHAHAHAHAAHAH”.
Puta que pariu, ressuscitaram o grupo do whatsapp do terceirão.
A maioria da sala se odiava. Eu era na minha, me dava bem com a maioria.
Animados, especularam lugares, pensaram na bebida, na sinuca, no som.
Tudo no esquema.
“Sexta eu não posso!” alegou um.
“Sábado tenho um aniversário!” exclamou outra.
“E em dezembro, que tal?”, questionou um deles.
Enfim, estão até hoje tentando marcar esse churrasco…

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  • Ampliar sua foto de perfil heheheh.


Quatro da manhã. Celular vibrando.
53 mensagens. Assustado, você dá um pulo da cama.
Provavelmente aconteceu alguma coisa séria.
Erra a senha porque seus olhos cheios de remela.
Desbloqueia o celular. Abre o WhatsApp:

“Cara, eu te considero pra caramba, tu sabe disso, eu te amo brother, é nóis,
acho que eu bebi demais kkkkkkkkkk pq vc não respondeee”.
Tudo começa no Facebook, essa rede social repleta de filhos da puta. Luizinho fez uma publicação. Nela, insinuou que saiu com a atual parceira de André. Ele não deixou barato e a discussão virtual foi pesada. Ofensas, mais ofensas e toda a baixaria que uma situação como essa merece. O bate-boca foi longe...

Do virtual, o confronto ganhou proporções maiores. Os dois se esbarraram pelas ruas de Jaú, interior de São Paulo. André estava furioso. Discutiram um pouco e a situação esquentou. Ele tirou uma arma do bolso e apontou para Luizinho. Assustado ele corria e gritava desesperado: 'Fudeu, fudeu!'.


Não satisfeito em ameaçá-lo com uma arma, André pensou numa segunda alternativa para colocar um ponto final nessa história. Lembrou que seu ganha-pão estava estacionado por aquelas bandas. Entrou rapidamente em seu caminhão de melancias, que não era grande, e começou a perseguir seu antagonista. “Nunca mais esse viado fala que pegou minha mulher!”, gritava o motorista cheio de raiva.




A melhor maneira de resolver uma discussão é tentar atropelar a pessoa com um caminhão de melancias. Isso todos sabemos.

Luizinho foi perseguido pelo agressor, que acelerava o caminhão de melancias pela rua. Para se proteger, entrou em uma residência e se escondeu atrás de um muro.‘Que vá tomar no cu, esse corno!’, gargalhou Luizinho. Por um momento, achou que estava seguro. Por um breve momento.


O caminhoneiro viu que ele se escondeu. ‘Foda-se o muro’, pensou. Atropelou o rapaz. Destruiu o muro. Fugiu. Luizinho, apesar do puta susto que levou, teve apenas ferimentos leves. A polícia chegou.


O ‘gênio das melancias’ deixou a carteira no caminhão. Documentos e cento e dez reais. Algumas melancias estavam espatifadas no chão. As que sobreviveram à intempérie foram saqueadas pelos curiosos que observavam atentos o que acontecia. Luizinho falava com a polícia. Assustado, ainda parecia meio descrente do que havia acontecido. A polícia questionou o que ele faria. Prontamente respondeu: ‘vou apagar a publicação’.

A notícia do ocorrido repercutiu na cidade, deixando perplexos os jauenses. Na postagem da notícia, os comentários eram os mais variados. Uma das moradoras questionava: ‘Bateu?’. Outro disse: ‘Melancia docinha’. Um deles atentou para as normas de trânsito: ‘Será que ele deu seta?’. Se eu fosse eles mediria as palavras. Vai que alguém se ofende e tenta atropelá-los com um caminhão de melancias...




Todo mundo conhece ou já ouviu falar de alguém que se matou. Mesmo sendo algo próximo à todos, a palavra suicídio costuma incomodar. A cada 45 minutos uma pessoa se suicida no Brasil, e apesar do grande rebu em torno do assunto - hoje tema de série e envolvido num jogo polêmico - ele continua sendo um tabu, ainda que os índices e a necessidade do debate continuem crescendo. De acordo com o Mapa da Violência 2017, entre 1980 e 2014, a taxa de jovens que tiram a própria vida subiu 27,2%, mostrando que o tema precisa, mais do que nunca, ser tratado de forma aberta e sem preconceitos.

É comum o suicídio ganhar destaque durante o mês de setembro, quando é realizado o “Setembro Amarelo”, uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Mas recentemente isso mudou. A série “13 reasons why” (Os 13 porquês), lançada em março deste ano pela Netflix, conta a história de Hanna Baker, uma jovem que comete suicídio e deixa gravadas fitas explicando as razões que a fizeram se matar. 

Outro fato que impulsionou o debate foi o jogo Baleia Azul. O desafio é composto por um total de 50 provas diárias que devem ser cumpridas. Cada desafio é enviado diariamente por um “curador” que pede provas (fotografias ou vídeo) de que o desafio foi cumprido pelos jogadores que são, por norma, adolescentes com problemas de depressão ou isolamento. Uma das premissas do jogo é que se deve jogar até ao fim, sem desistências e sem contar a ninguém, sendo o desafio final o suicídio.


Série da NETFLIX trouxe o debate sobre o suicídio à tona 
A depressão e o bullying são dois fatores cruciais quando se fala em suicídio. De acordo com a coordenadora da Comissão de Estudo e Prevenção ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria, Alexandrina Meleiro, o bullying “vai massacrando a autoestima e isso favorece desenvolver alguns quadros, entre eles, de ansiedade e principalmente de depressão.” De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o número de pessoas que vivem com depressão cresceu 18% entre 2005 e 2015, sendo que hoje mais de 300 milhões de pessoas de todo o mundo sofrem com a doença, que na pior das hipóteses pode levar ao suicídio.

Outro problema que tem afetado a vida dos jovens é que eles tendem a comparar suas vidas com a dos outros. Alexandrina conta que, imersos em redes sociais como Facebook ou Instagram, muitos deles assistem a retratos de vidas fantásticas selecionam posts que exibam a melhor parte de suas vidas. Quando comparadas, a vida de quem assiste a esse espetáculo parece pior, principalmente quando surgem problemas.


Estudo da Royal Society for Public Health (RSPH) afirma que Instagram é o pior aplicativo para saúde mental dos jovens 
A alta taxa de suicídio entre os jovens intriga médicos, pais e professores pelo paradoxo que representa: o sofrimento e a angústia num período da vida que é geralmente associado a descobertas, alegrias e amizades, não a tristezas e morte. Mas as mudanças na fase da puberdade podem explicar em parte esse fenômeno. Principalmente as que estão relacionadas à sexualidade dos adolescentes e jovens.

As questões que envolvem sexualidade e gênero são definidoras quando se trata do suicídio. Alexandrina afirma que “a dificuldade em lidar com a sexualidade contribui para moldar um comportamento suicida.” A não-aceitação por parte da família, amigos e colegas também prejudica o emocional e pode desencadear tendências suicidas. Tendência essa que predomina no gênero masculino .

Os homens se matam três vezes mais do que as mulheres. De acordo com a cartilha da Associação Brasileira de Psicologia sobre suicídio, “papéis masculinos tendem a estar associados a maiores níveis de força, independência e comportamentos de risco”. Reforçar esse papel pode impedir que homens procurem ajuda em momentos de depressão e sofrimento.

Taxa de suicídios de homens é três vezes maior a das mulheres 
De acordo com o psiquiatra Neury Botega, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade de Campinas), referência no país em prevenção do comportamento suicida, “as pessoas têm dificuldade de lidar com a angústia que as acompanham. Há vazio e solidão. Mas, não a solidão de simplesmente estar só. É uma solidão do desamparo, de um vazio desesperado e difícil de ser transformado em pensamentos apaziguadores, um vazio relacionado à ausência de vínculos e de pertencimento. Não se consegue dar um significado para a existência”.

O que causa preocupação entre os pesquisadores não é apenas o número de suicídios entre os jovens, mas a rapidez com que a taxa está crescendo. E ela cresce por um conjunto de fatores. "A sociedade está cada vez menos solidária, o jovem não tem mais uma rede de apoio. Além disso, ele é desiludido em relação aos ideais que outras gerações tiveram", analisa Botega.

O egoísmo e a falta de solidariedade da sociedade são fatores que influenciam o índice de suicídios 
E é justamente essa uma das razões de se falar abertamente sobre o suicídio: cada vez mais os jovens estão tirando suas vidas e parece que ninguém está disposto a discutir o problema. O tema continua sendo desgostoso até para profissionais de saúde. Nos registros do Datasus (banco de dados do Sistema Único de Saúde), o suicídio aparece como "mortes por lesões autoprovocadas voluntariamente". Um eufemismo que disfarça o desagradável, evita a palavra, mas perpetua o problema.


A troca de informações a respeito do suicídio evita muitos casos: a OMS afirma que é possível prevenir 90% das mortes se existirem condições para ofertar ajuda. Quem pensa em suicídio está passando por um sofrimento psicológico e não enxerga uma saída para isso a não ser a morte; o que não significa que queira morrer. Há um sentimento duplo: a pessoa quer se livrar da dor, mas quer viver; pensa que a morte pode ser confortadora. No fim das contas, o suicídio não passa de uma ilusão do alívio.