A geração que não consegue viver sem tecnologia

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Às vezes tenho a impressão de que a tecnologia sempre existiu. Nem parece que foram precisos séculos de avanços científicos para que alcançássemos as tecnologias que hoje utilizamos. Celulares, tablets, notebooks, Netflix, internet. Tudo tão recente e ao mesmo tempo já comum para a quase maioria de todos nós.

Antigamente, as coisas eram mais difíceis. As ligações mais raras -  e caras. Um filme novo? Só no cinema. Ou em DVD daqui a um ano ou dois. E por serem mais raras, eram, por consequência, mais valorizadas. Ligar para alguém era um momento especial. Cinema? Um evento! Éramos mais satisfeitos, ainda que não tivéssemos tantas facilidades.

Hoje o que vemos é o oposto. Apesar das facilidades a maior parte das pessoas vive insatisfeita e descontente com a vida. Podemos ver um filme ou um seriado a qualquer momento. E quando terminamos de assistir, começa nossa insatisfação, afinal, a segunda temporada ou a continuação só virá daqui a um bom tempo. Podemos falar com alguém que está no Japão praticamente de graça com o Whattsapp. Mas encontramos sempre algo que nos fará infelizes, seja porque a outra pessoa está online e não visualiza ou por outra bobagem qualquer.

Com a tecnologia, as relações humanas se reduziram ao YouTube, SnapChat, Facebook, Twitter, Whattsapp e Tinder. Ninguém quer mais aquela conversa olho no olho, nem dividir momentos legais, seja tomando um Milk Shake (de Ovomaltine do Bob´s, claro), andando de bicicleta ou numa simples ida ao parque. O mal não está nos aplicativos, é lógico. Está em que a maioria dos que utilizam, não o fazem de maneira sábia. A tecnologia surgiu para melhorar a nossa vida. Não para nos tornar completos imbecis. 

De longe você reconhece um viciado em tecnologia. Todas as coisas que acontecem na vida dele são motivos para um snap. Qualquer bosta que surge na cabeça dele vai parar no Twitter. Está sempre com um celular na mão, seja mandando um áudio ou postando uma nova foto no Facebook ou no Instagram. Grande parte da vida da geração que não consegue viver sem a tecnologia é vivida ao lado do celular. As pessoas foram trocadas pelos aparelhos.

A dependência emocional que as pessoas tem na tecnologia reflete a necessidade que eles tem de serem aceitos. Se uma foto postada não tiver mais do que 200 curtidas, bate a bad na pessoa. Ela fica verificando a foto de meio em meio minuto para ver se aumentou o número de curtidores. Fora a quantidade de marias-vão-com-as-outras que surgem. "Fulana acha X, então vou postar X". 

Tenho pena de quem vive como esta geração. Não é capaz de abandonar o celular por meia hora para ler um livro, ouvir uma música (ouvir mesmo, não colocar qualquer música para ouvir durante você navega), dar uma caminhada, ficar olhando para o céu de bobeira, fritar um ovo, brincar com sua priminha de quatro anos, ou só dar uma trégua para a bateria do seu smatphone mesmo. Até mesmo eu, às vezes, tenho lapsos dessas bobagens. 

Uma geração insatisfeita com tudo, mimada, e emocionalmente dependente de aparelhos tecnológicos que podem falhar a qualquer momento. 


2 comentários :

  1. Reveja o significado de tecnologia.

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  2. Como um integrante dessa nova geração (tenho 18 anos de idade) lhe digo: concordo plenamente. A maioria de nós somos dependentes e até mesmo viciados nesses dispositivos eletrônicos, visto que na maioria das vezes nós sequer nos damos conta disso.

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