Tudo começa no Facebook, essa rede social repleta de filhos da puta. Luizinho fez uma publicação. Nela, insinuou que saiu com a atual parceira de André. Ele não deixou barato e a discussão virtual foi pesada. Ofensas, mais ofensas e toda a baixaria que uma situação como essa merece. O bate-boca foi longe...

Do virtual, o confronto ganhou proporções maiores. Os dois se esbarraram pelas ruas de Jaú, interior de São Paulo. André estava furioso. Discutiram um pouco e a situação esquentou. Ele tirou uma arma do bolso e apontou para Luizinho. Assustado ele corria e gritava desesperado: 'Fudeu, fudeu!'.


Não satisfeito em ameaçá-lo com uma arma, André pensou numa segunda alternativa para colocar um ponto final nessa história. Lembrou que seu ganha-pão estava estacionado por aquelas bandas. Entrou rapidamente em seu caminhão de melancias, que não era grande, e começou a perseguir seu antagonista. “Nunca mais esse viado fala que pegou minha mulher!”, gritava o motorista cheio de raiva.




A melhor maneira de resolver uma discussão é tentar atropelar a pessoa com um caminhão de melancias. Isso todos sabemos.

Luizinho foi perseguido pelo agressor, que acelerava o caminhão de melancias pela rua. Para se proteger, entrou em uma residência e se escondeu atrás de um muro.‘Que vá tomar no cu, esse corno!’, gargalhou Luizinho. Por um momento, achou que estava seguro. Por um breve momento.


O caminhoneiro viu que ele se escondeu. ‘Foda-se o muro’, pensou. Atropelou o rapaz. Destruiu o muro. Fugiu. Luizinho, apesar do puta susto que levou, teve apenas ferimentos leves. A polícia chegou.


O ‘gênio das melancias’ deixou a carteira no caminhão. Documentos e cento e dez reais. Algumas melancias estavam espatifadas no chão. As que sobreviveram à intempérie foram saqueadas pelos curiosos que observavam atentos o que acontecia. Luizinho falava com a polícia. Assustado, ainda parecia meio descrente do que havia acontecido. A polícia questionou o que ele faria. Prontamente respondeu: ‘vou apagar a publicação’.

A notícia do ocorrido repercutiu na cidade, deixando perplexos os jauenses. Na postagem da notícia, os comentários eram os mais variados. Uma das moradoras questionava: ‘Bateu?’. Outro disse: ‘Melancia docinha’. Um deles atentou para as normas de trânsito: ‘Será que ele deu seta?’. Se eu fosse eles mediria as palavras. Vai que alguém se ofende e tenta atropelá-los com um caminhão de melancias...