'A força imensa de sua fiel torcida
Que nos estádios tudo é lindo e nos fascina
A nossa massa meu verdão mexe contigo
Tu és querido em toda santa catarina"

Trecho do Hino Oficial da Associação Chapecoense de Futebol



Não só em Santa Catarina, mas no Brasil e no mundo. A Chapecoense nos conquistou. E sabe por quê? Porque a Chape é a cara do Brasil. Um time pequeno que se fez grande. Que estava prestes a falir, mas hoje dá um banho em times como São Paulo e Botafogo. Em 2009 na série D. Nos três anos seguintes, na C. Em 2013 na B. E no ano seguinte na elite do futebol brasileiro. E dali não saiu mais.

A Chape vivia um sonho: estava na final da Copa Sul-americana. Um sonho que pode ter sido interrompido por uma tragédia. Mas uma coisa é certa: a final já era uma vitória para o verdão do oeste. Sem clichês: claro que SC e o Brasil queriam ver a Chapecoense voltando para cá com uma vitória sobre o Atlético Nacional no primeiro jogo da final, que aconteceria em Medellín, na Colômbia.

Mas essa tragédia estarrecedora tem nos mostrado que, apesar de tudo,as pessoas ainda são humanas. E isto pelo menos podemos comemorar. Clubes brasileiros mostrando solidariedade ao trocar as fotos de perfil pelo brasão da Chapecoense em preto e branco; alguns afirmando que vão emprestar atletas para a Chapecoense; outros pedindo para que a Chape não seja rebaixada caso não faça uma boa campanha ano que vem.

E não só o Brasil. O adversário da Chapecoense na final da Copa Sul-Americana, o Atlético Nacional, soltou uma nota na tarde desta terça-feira solicitando à Conmebol que o título da competição seja entregue à equipe catarinense. O Barcelona fez um minuto de silêncio antes do treino desta terça (29).

A queda do avião é uma tragédia de dimensões nunca vistas antes na história do futebol. Lembrou-me do acidente dos Mamonas Assassinas em 1996 - a banda que foi um sucesso meteórico e teve um fim estarrecedor. A Chape teve um choque nesta terça (29) - e vai demorar a se recuperar. Mas uma coisa é certa: a Chapecoense queria conquistar a América, e acabou conquistando o mundo. E mostrou aquilo que a gente já sabe: não é só um jogo de futebol.
Você já parou pra pensar em tudo o que você faz durante todo um dia? Desde a hora em que levanta, escova os dentes e toma café, atravessando um dia de trabalho e estudos até voltar novamente para seus lençóis? Será que todos os seus esforços realmente valem a pena?

Pense comigo: a maioria das pessoas vive uma vida que se resume na busca por um bom emprego que lhe permita conseguir dinheiro e que satisfaça os seus prazeres e lhe garanta uma vida melhor. Elas gastam todas as energias tentando obter algo que satisfaça os desejos e anseios do seu coração.



Mas pra quê tudo isso? No momento em o desemprego bate à porta de pessoas que tinham suas vidas ancoradas no trabalho, elas perdem o chão.

Um Estudo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em junho deste ano indica que, em 2013, 10,2% dos brasileiros com 18 anos ou mais que estavam fora do mercado de trabalho, sofriam de algum tipo de depressão.

A busca pela felicidade na sociedade brasileira está falhando. Não afirmo isso somente pela depressão, afinal, a depressão tem se tornado o mal do século em praticamente todo o mundo - pra se ter uma ideia, a depressão e a ansiedade custam 1 tri à economia global. Eu afirmo isso porque cada vez mais as pessoas vivem como se não existisse algo além dessa vida.

Se você acredita em religiões ou tem alguma crença, não importa. Mas com certeza você já se questionou se a vida é só trabalhar, pagar contas, transar e morrer. Eu tenho a convicção de que não. Há muito mais além do que esta vida. E não encontraremos felicidade plena nas coisas que estão aqui nesta terra.

Para finalizar, proponho uma historinha.

"A terra de certo homem rico produziu muito bem.

Ele pensou consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde armazenar minha colheita’.

"Então disse: ‘Já sei o que vou fazer. Vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores, e ali guardarei toda a minha safra e todos os meus bens.

E direi a mim mesmo: Você tem grande quantidade de bens, armazenados para muitos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se’.

"Contudo, Deus lhe disse: 
‘Louco! Esta noite pedirão a sua alma. Então, quem ficará com o que você preparou?

Lucas 12:16-20

Lembre-se sempre: há algo além daqui - e a vida será sempre maior do que a sua insatisfação.


FONTES
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-06/pesquisa-diz-que-depressao-atinge-uma-em-cada-10-pessoas-sem-emprego

https://nacoesunidas.org/depressao-e-ansiedade-custam-us1-tri-por-ano-a-economia-global-diz-oms/
Que tal terminar a semana com poesia? Essa é uma poesia que eu fiz pra um amigo do Rio de Janeiro - que nunca vi.


Soneto do amigo distante

Do desconhecido fez-se um amigo
Alguém inesperado que surgiu
Um ilustre, jovem garoto
Morando no outro lado do Brasil

Embora distantes e recentes
Nos tornamos bem chegados
Em momentos engraçados
E também nos descontentes

Uma pessoa muito parecida
Com um jeito como o meu
Ora triste, ora hilário

Quem sabe a gente se encontre
Em algum dia do calendário
Em algum momento da vida



A Revista Carta Capital desta semana trouxe uma capa um tanto quanto curiosa. Em letras garrafais se anuncia: POBRE POVO BRASILEIRO. Abaixo escreve-se: "As eleições municipais provam sua [do povo brasileiro] incapacidade de agir politicamente e entender que os golpistas o escolhem como vítima, e pobre povo..."

Todos sabemos que a Carta Capital é uma revista de esquerda - e não há nenhum mal nisso. O mal está em fazer uma capa canalha dessas. Explico. Uma coisa é a revista se mostrar insatisfeita com os resultados das eleições: afinal, os grandes derrotados foram os partidos de esquerda. Outra coisa é dizer que somos "incapazes de agir politicamente" só porque não votamos em candidatos da esquerda,

O que a Carta fez é o que geralmente se fazia CONTRA os partidos de esquerda: "Quem vota no PT é burro!", vai dizer que nunca ouviu ou leu esse comentário por aí? Pois é, e em vez de não propagar essa coisa de "quem não vota como eu é burro", a Carta Capital prova ser tão preconceituosa quanto.

Ao afirmar que o povo brasileiro não é suficientemente politizado por não votar em partidos como o PSOL e o PT, a revista está logicamente afirmando que quem vota em candidatos que são antagônicos a esses partidos são burros políticos sem consciência. 

Em resumo, para a Carta Capital, brasileiro só sabe votar quando vota na esquerda. Quando o voto do pobre vai para o PSOL, ele é um cidadão consciente; se for para o PSDB,o cidadão é manipulado pelos golpistas.É vergonhoso: a revista só reconhece os votos quando eles agradam a ela. 

Pobre Carta Capital: pensa que suas ideologias é que regem a democracia. 





A política existe desde sempre. Mas parece que nós não aprendemos nada com ela. Na madrugada desta quarta-feira (9) os Estados Unidos elegeu Donald Trump como presidente do país, contrariando as perspectivas que praticamente todos - mídia e analistas políticos - tinham. Para agrande maioria, a vitória da democrata Hillary Clinton era uma certeza; a vitória do bilionário, mito.



Poucos foram aqueles que afirmaram com veemência a vitória de Trump. Um deles foi Michael Moore. Em julho deste ano, o escritor e diretor de cinema listou cinco motivos pelos quais Trump venceria. Outro que apostava na vitória do republicano era o pesquisador Allan Lichtman da American University. Escritor do livro "Prevendo o próximo presidente", ele se baseia em um sistema que avalia os candidatos por meio de 13 tópicos de verdadeiro ou falso e afirmou a vitória do candidato republicano.

Mas o que quero destacar é: a política é feita de surpresas. Inúmeras pesquisas foram feitas, análises divulgadas, opiniões correram. Mas nem de longe alguma delas ousava afirmar que Donald Trump ganharia com tamanha expressividade. A política não é uma ciência exata. Pode parecer clichê, mas nunca nos acostumamos às surpresas que ela nos aguarda.



Por exemplo, nas eleições para prefeito na cidade de São Paulo, João Doria (PSDB) surpreendeu e levou o cargo no primeiro turno. As pesquisas apontavam sua liderança expressiva e a possibilidade remota de uma vitória no primeiro turno. Todos sabiam que Doria iria para o 2º turno; todos de debruçavam sobre os outros candidatos e o que se debatia era quem disputaria em 30 de outubro com ele. E deu no que deu.

Não é que não existam certezas na política. Usando ainda Doria como exemplo: existia a certeza de que ele iria para o segundo turno - mas não que haveria um segundo turno. São coisas como essa que o jogo político ignora. Essas certezas que antecipamos caem em poucas horas, como aconteceu hoje nos EUA.

Em poucas horas, as certezas se desfizeram: uma pesquisa da Reuters apontava que Hillary tinha 90% de chances de vitória - a poucas horas da apuração. Às duas da manhã desta quarta (9), o The New York Times dava 95% de chance de vitória a Donald Trump. Em pouco tempo, meses de possibilidades, suposições, apostas e certezas antecipadas se quebraram como se não tivessem existido

Enquanto as bolsas de valores caem, os apoiadores de Trump comemoram sua vitória. Os que apoiavam a democrata, lamentam. E alguns comemoram não a vitória de Trump, mas a derrota de Clinton. Hoje é - goste você ou não - dia da vitória esmagadora de Donald Trump e que é , provavelmente, a maior derrota da história do Partido Democrata. É dia de choro e derrota dos democratas e da grande imprensa internacional.

Isso só nos prova mais ainda que na política, tudo é possível. Até o impossível.