Trump: a política não dá a mínima para certezas antecipadas

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A política existe desde sempre. Mas parece que nós não aprendemos nada com ela. Na madrugada desta quarta-feira (9) os Estados Unidos elegeu Donald Trump como presidente do país, contrariando as perspectivas que praticamente todos - mídia e analistas políticos - tinham. Para agrande maioria, a vitória da democrata Hillary Clinton era uma certeza; a vitória do bilionário, mito.



Poucos foram aqueles que afirmaram com veemência a vitória de Trump. Um deles foi Michael Moore. Em julho deste ano, o escritor e diretor de cinema listou cinco motivos pelos quais Trump venceria. Outro que apostava na vitória do republicano era o pesquisador Allan Lichtman da American University. Escritor do livro "Prevendo o próximo presidente", ele se baseia em um sistema que avalia os candidatos por meio de 13 tópicos de verdadeiro ou falso e afirmou a vitória do candidato republicano.

Mas o que quero destacar é: a política é feita de surpresas. Inúmeras pesquisas foram feitas, análises divulgadas, opiniões correram. Mas nem de longe alguma delas ousava afirmar que Donald Trump ganharia com tamanha expressividade. A política não é uma ciência exata. Pode parecer clichê, mas nunca nos acostumamos às surpresas que ela nos aguarda.



Por exemplo, nas eleições para prefeito na cidade de São Paulo, João Doria (PSDB) surpreendeu e levou o cargo no primeiro turno. As pesquisas apontavam sua liderança expressiva e a possibilidade remota de uma vitória no primeiro turno. Todos sabiam que Doria iria para o 2º turno; todos de debruçavam sobre os outros candidatos e o que se debatia era quem disputaria em 30 de outubro com ele. E deu no que deu.

Não é que não existam certezas na política. Usando ainda Doria como exemplo: existia a certeza de que ele iria para o segundo turno - mas não que haveria um segundo turno. São coisas como essa que o jogo político ignora. Essas certezas que antecipamos caem em poucas horas, como aconteceu hoje nos EUA.

Em poucas horas, as certezas se desfizeram: uma pesquisa da Reuters apontava que Hillary tinha 90% de chances de vitória - a poucas horas da apuração. Às duas da manhã desta quarta (9), o The New York Times dava 95% de chance de vitória a Donald Trump. Em pouco tempo, meses de possibilidades, suposições, apostas e certezas antecipadas se quebraram como se não tivessem existido

Enquanto as bolsas de valores caem, os apoiadores de Trump comemoram sua vitória. Os que apoiavam a democrata, lamentam. E alguns comemoram não a vitória de Trump, mas a derrota de Clinton. Hoje é - goste você ou não - dia da vitória esmagadora de Donald Trump e que é , provavelmente, a maior derrota da história do Partido Democrata. É dia de choro e derrota dos democratas e da grande imprensa internacional.

Isso só nos prova mais ainda que na política, tudo é possível. Até o impossível.

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