Cinco diferenças entre as manifestações de esquerda e as pró-impeachment

Os últimos anos foram marcados por diversos protestos, tanto de cunho pró-governo quanto contrários ao governo. Mas existem cinco discrepâncias -palavra bonita, hein- principais entre esses protestos que, quando analisadas nos fazem perceber algumas coisas interessantes. E deveras engraçadas.

01. Confrontos com a PM e violência

Já escrevi aqui no blog um artigo demonstrando a violência que se perpetuava nos protestos do Movimento Passe Livre (Se quiser ler, procure no blog por "Entre PM´s e black blocs"). Mas aqui dou um breve resumo. O MPL colocava barreiras de black blocs na frente de seus protestos e eles faziam a "proteção" dos manifestantes contra a "Polícia fascista opressora". E quando a PM, que detém o uso legítimo da força, revidava ou se utilizava da força para conter os manifestantes. Fora o quebra-quebra que os manifestantes realizavam e as agressões contra os policiais militares.

Ou como por exemplo, na última terça-feira, quando manifestantes do PT agrediram feministas que faziam uma passeata. Quando uma ativista levantou a voz para tecer críticas ao governo, militantes de organizações pró-governo tentaram agredi-la. Alguns xingamentos como"vagabunda", "cachorra" e "bandida" foram proferidos de ambos os lados - ironicamente, numa passeata feminista em prol das mulheres e na luta contra o machismo.

Os protestos pró-impechment são pacíficos. Você não vê black blocs nos protestos anti-governistas. Há, sim, casos isolados de violência, mas não uma violência generalizada onde a PM tem de intervir ara acalmar os ânimos. Você não vê famílias, vós, tios e crianças junto ao MPL ou em manifestações pró-PT. Ou vê?

Manifestação pró-impeachment

Manifestação contra aumento de tarifas no início de 2016

"Evento" do MST em Brasília, início de 2014

PS:Observem que peguei leve com as fotos. Poderia ter colocado os inúmeros carros virados por black blocs, os ônibus que foram incendiados, as barricadas de pneus queimados que o MST tanto gosta de fazer. . .

02.Manifestante comprados

Essa já é clichê. Mas não posso deixar de falar. É uma coisa tão espúria e boboca que chega a ser engraçado - para mim pelo menos. Num ato organizado por movimentos sociais como CUT e MST no final de 2015, manifestantes disseram ter recebido R$35 reais para comparecer ao movimento, que tinha como objetivo, defender o mandato da presidente Dilma Rousseff.

Alguns afirmam que foram contratados imigrantes que não falavam português para segurar os balões da CUT, que pairavam sobre a paulista naquele lindo 16 de dezembro.

Os milhareees  que foram às ruas, segundo a Carta Capital, foram de fato para defender o mandato da presidente, ou foram pelos R$35 reais? - que ajudariam bastante as vidas dos pobres desempregados que aceitaram ir.

Já nos movimentos pró-impeachment, o que vejo é a espontânea reação das pessoas. As pessoas se indignam, se revoltam e vão às ruas por simples vontade delas mesmas. E mais: pacificamente.

Protesto do dia 16 de dezembro encabeçado pela CUT e pelo MST

03. Protesto em dias úteis

Interessante observar e ressaltar isso. Você só vê protesto de esquerda em dia de semana. Incrível. E também notável, afinal pergunta-se: vivem de quê estes que vivem protestando em pleno dia útil? Com certeza não é do maná que cai do céu (com o perdão da referência bíblica).

O protesto de 16 de dezembro de 2015 em favor da presidente, por exemplo, foi realizado numa quarta-feira. Durante toda a tarde. 

"Ain, mas os protestos de junho de 2013 foram feitos em dia útil."

 Verdade. Depois que todos saíram do trabalho.

Diferente dos protestos em favor do impeachment, que pelo que me lembro foram realizados em DOMINGOS.

04. Fechamento de vias públicas

"Ué, por acaso o Movimento Brasil Livre e o Vem pra rua também não fecham as vias públicas?"
Fecham sim. Mas esses movimentos fazem algo que é exigido pela constituição - como já apontei e citei no texto "Entre PM´s e black blocs" - ELES DÃO AVISO PRÉVIO (mesmo que façam suas manifestações no domingo, quando em São Paulo, pelo menos, a principal avenida já é fechada para uso dos moradores)

E para que serve um aviso prévio, você deve estar se perguntando. Serve para que a PM e os órgãos responsáveis se mobilizem para manter a ordem e a segurança.  Podemos tomar como exemplo o próximo dia 13 de março.

Há mais de dois meses o MBL e o Vem pra rua já avisaram que iriam protestar em favor do impeachment no dia 13/03. Há uma semana, o PT vem colocando pilha em seus manifestantes se movam em favor do PT e em defesa do ex-presidente Lula - em virtude dos acontecimentos recentes. E que dia mais propício para fazer isso doo que no EXATO DIA em que ocorrerão manifestações contra o PT e o governo, não é mesmo?

E não acaba por aqui. O MST e o MTST são peritos em fechar vias públicas com barricadas de pneus flamejantes e até mesmo barricadas humanas.

MST interditando BR´s no Paraná, outubro de 2015

05. "Somos a favor da democracia. O resto é tudo golpista!"

Sim, são exímios defensores da democracia. Como por exemplo, Vagner Freitas, presidente da CUT que afirmou que defender a unidade da nação implicaria em "ir às ruas entrincheirados, com armas nas mãos, se tentarem derrubar a presidenta", em agosto de 2015.

Freitas disse ter se utilizado de uma figura de linguagem ao proferir tais palavras. Péssima metáfora, não? Afinal, as boas metáforas são entendidas.

Ou um outro exemplo de um ávido defensor da pátria,Sibá Machado, do PT. Os manifestantes de grupos pró-impeachment estavam acampados em frente ao Congresso Nacional, em outubro passado. E quando manifestantes do MTST vieram armar suas barracas NO MESMO LOCAL onde já estavam o MBL e outros movimentos, e iniciaram uma confusão, a resposta de Sibá foi: "Eu vou juntar gente e vou botar vocês pra correrem daqui da frente do Congresso. Bando de vagabundos. Vamos pro pau com vocês agora."

Muito lindas as palavra de Sibá. Soam como gotas de democracia num oceano de fascismo.

Essa história de que quem está contra você é golpista é ladainha dos movimentos de esquerda. Os mesmos que derrubaram Collor em 1992. Naquela época derrubar o Collor era uma questão democrática. Hoje, se alguém ousa dizer "impeachment", é um fascista de merda.

Ah, me poupem. Abram seus olhos. Burros vocês não são. Só se fazem.

Não há como comparar as manifestações de esquerdas com as manifestações de movimentos pró-impeachment.

Numa você vê intolerância, quebra pau, guerra a PM - pasmem, nem mesmo no dia internacional da mulher eles sossegaram: até a mulherada caiu de pau nas feministas. Some a isso tudo um pouco de desonestidade - comprando pessoas. vestem-se de vermelho (talvez para combinar com o sangue que eles derramam). Gritam intolerância e berram seus clichês burros.

Do outro lado você tem o pessoal de boa. Vão pra rua no domingo. Você não vê ninguém quebrando nada. Meia dúzia de babacas pedem intervenção militar. Ficam bem de boas com seus cartazes. Levam bandeiras do Brasil. Vestem-se de verde e amarelo. Cantam o hino nacional.

E o mais importante, querem apenas uma coisa: que estes que empatam o Brasil, o deixe livre para que ele alcance voos cada vez mais longos.



Referências:

Vagner Freitas - http://oglobo.globo.com/brasil/lider-da-cut-ameaca-pegar-em-armas-17173689

16 de dezembro - http://www.cartacapital.com.br/politica/milhares-vao-as-ruas-contra-o-impeachment-de-dilma

Manifestantes comprados - http://www.valor.com.br/politica/3952318/manifestantes-recebem-r-35-para-ir-ato-favor-de-dilma-em-sp

Feministas e petistas em SP - http://www.ilisp.org/noticias/militantes-petistas-agridem-feministas-em-ato-do-dia-da-mulher-em-sao-paulo/

MST  fechando via pública - http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2014/09/mst-impede-o-transito-de-veiculos-em-rodovias-federais-que-cortam-o-rn.html

Protestos do MPL/2016 - http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/01/1734800-mpl-encerra-ciclos-de-protestos-contra-a-tarifa-do-transporte-em-sao-paulo.shtml

http://coturnonoturno.blogspot.com.br/2015/08/o-discurso-criminoso-do-presidente-da.html