Meus caros, hoje tenho aqui para vocês a resenha de um livro que me surpreendeu, tanto pela sua simplicidade quanto pela sua profundidade. Um livro com referências à Star Wars, David Bowie, Pânico, C. S. Lewis e tantos outras coisas e nos fala de esperança, confiança, amizade e, acima de tudo, de como são difíceis os relacionamentos.
Auggie (August Pullmann) é um menino de dez anos que tem uma síndrome genética que fez com que seu rosto sofresse uma deformidade: seus olhos ficam à altura das bochechas, suas orelhas praticamente não existem, seu nariz é grande e sua pele parece uma vela depois de a cera ter escorrido.
Auggie sempre estudou em casa com sua mãe, Isabel. Mas agora ele terá de enfrentar o que seria o maior desafio da sua vida: o ensino fundamental. Em meio à discussões, Isabel e seu marido resolvem que é hora de Auggie ter uma nova experiência. Auggie, primeiramente reluta, mas aceita, e terá um grande desafio pela frente: convencer seus colegas de que ele é um garoto tão comum quanto eles.
Durante o período que está na escola, Auggie terá de lidar com o bullying que muitos farão por causa de seu rosto, com amigos que não são tão amigos assim (ou são - leia o livro e você vai saber do que eu estou falando), com sua irmã, Olivia, que está na adolescência e passando, assim como ele, por mudanças.
Uma das coisas mais bonitas do livro é a amizade que Auggie constrói com uma garotinha, Summer, e um menino, Jack (em especial, para mim, a do Jack). Antes amigos por pena ou algo parecido, Jack e Summer são conquistados pouco a pouco por Auggie, e vão percebendo a cada momento que passam com ele, que tanto quanto eles, Auggie é um menino normal.
Um dos personagens detestáveis é Julian; mas n~]ao, não fique com raiva dele por ele ser um babaca com Auggie: muitas vezes nós somos e não percebemos. No livro, a família de Julian pede que Auggie seja retirado da escola - um dos momentos chave do livro para mim.
Olivia, ou Via para os íntimos, está passando por mudanças e isso reflete no seu relacionamento com Auggie. As suas amigas mudaram, já não falam dos mesmos assuntos,; agora ela está numa nova escola onde ninguém conhece a vida dela, o que ela acha legal. Apesar de tudo, Via é uma das personagens mais fantásticas do livro, ao lado de sua mãe e de Jack. Via é compreensível, amorosa, carinhosa e ama Auggie de uma forma quase incondicional.
Outra coisa bacana do livro: os preceitos do Professor Browne que também completam as histórias vividas por Auggie tanto na escola quanto em seus mais diversos relacionamentos.
O livro é recheado de referências. Star Wars, David Bowie, As Crônicas de Nárnia, Diário de um Banana, e tantos outros trechos de livros e filmes e músicas que tornam o livro, apesar de simples e gostoso de ler, um tanto quanto interessante. As referências não são soltas no meio do livro: elas fazem sentido. Quando por exemplo, a amiga de infância de Via e Auggie usa o trecho de uma canção para descrever Auggie.
Um livro que li praticamente em um dia (não faça isso: demore mais tempo para ler, assim você não fica com saudades tão rápido) e que me surpreendeu ao falar de forma tão simples sobre assuntos que geralmente são tratados com psicologia freudiana nos demais romances: amizades, relacionamentos, gentilezas e esperança.
Assim como o título, o livro é extraordinário.
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