Após uma forte discussão com Itaberly, um jovem de 17 anos, Tatiana deu uma chave de braço no filho, que conseguiu se livrar rapidamnete. Em seguida, ela pegou uma faca e a colocou atrás da porta do quarto do filho presumindo que ele poderia matá-la.
Foi aí que começaram novamente um embate, que terminou com Tatiana esfaqueando Itaberly três vezes no pescoço. O relacionamento com o filho sempre foi muito conturbado; e incomodava principalmente a atitude dele de usar cocaína dentro de casa e “levar outros homens com quem mantinha relações”.
Após matar o filho, a mãe se desesperou e acordou o marido (padrasto de Itaberly) e juntos ocultaram o corpo. Itaberly foi enrolado num edredom e jogado num canavial próximo a uma rodovia da cidade onde moram, Cravinhos, interior de São Paulo. No dia seguinte, Tatiana e o padrasto do jovem assassinado queimaram o corpo com cinco litros de gasolina.
Tatiana, gerente de um supermercado, diz que não tinha nada contra o filho ser homossexual. Para o tio de Itaberly, a homofobia foi um dos motivos para a morte do sobrinho. "Acho que tem mais motivos para a morte. Sempre quando eles brigavam [mãe e filho], ele vinha para a nossa casa. Ela não aceitava essa situação dele [homossexual]. Ela queria se afastar dele", disse à reportagem da Folha de S. Paulo.
A maternidade não está ligada à uma espécie de moral ou bondade. Se duas pessoas transarem sem camisinha, após nove meses nascerá um filho. Infelizmente, nem todos os que transam estão prontos para terem um bebê nos braços para se chamar de filho. E muitos jamais estarão. Ter um filho é fácil. Criar, educar e amar vai além da mera procriação.
Matar uma pessoa pelo que ela é é atitude de covardes cheios de ódio. Quando não se consegue mudar o que uma pessoa é, acaba-se com a vida dela. A morte é vista por pessoas cheias de ódio e rancor como uma espécie de solução para um problema que elas não conseguem resolver. Para Tatiana,o fato de o filho ser gay (entre outras questões) fazia com que ela enxergasse dois caminhos: ou ele mudava, ou ele morria.
Triste perceber a quantidade de ódio que pode existir até mesmo no coração de uma mãe para com seu próprio filho. Os canalhas como ela odeiam com uma fidelidade que chega a ser comovedora. Pessoas como a mãe de Itaberly nos mostram que odiar ainda é a saída de muitos. E será sempre o ponto de fuga de muitos. Mas o pior de tudo é ter de se conformar com o título deste artigo e aceitar que a preciosidade de ser pai e mãe não se restringe apenas às pessoas de caráter ilibado: para a nossa desgraça, os canalhas também procriam.
FONTES:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/01/1849265-adolescente-morto-em-sp-registrou-homofobia-em-ocorrencia-contra-tio.shtml
http://veja.abril.com.br/brasil/nao-aguentava-mais-ele-afirma-mae-que-matou-e-queimou-filho/

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