Na última segunda (3), escrevi aqui sobre o terror, e não só sobre o terrorismo, mas os terrorismos dos Estados. Bom, parece que coincidentemente,na mesma semana, pôde se comprovar aquilo que escrevi três dias atrás. Viveremos numa eterna guerra.
Os Estados Unidos lançaram misseis numa base do exército da Síria na madrugada desta sexta-feira (noite de quinta no Brasil). O Governo de Donald Trump utilizou 59 mísseis Tomahawk contra a base aérea de Shayrat, em Homs, no norte da Síria. O ataque foi uma represália ao bombardeio com armas químicas feito pelo Governo de Bashar al Assad que matou 86 pessoas na terça-feira, incluindo 30 crianças. Líderes democratas e republicanos apoiam a ofensiva, assim como a OTAN e países como Israel, Arábia Saudita e o Reino Unido. A Rússia condenou a operação, afirmando tratar-se de uma agressão contra um país soberano.
Ao contrário de Barack Obama, que preferiu financiar grupos rebeldes sírios contra a ditadura de Assad e alimentou a guerra civil no país, Trump se valeu do imprevisível e atacou sem aviso nem recado. Antes de se tornar presidente, ele criticava as ações de Obama na Síria e, durante as campanhas presidenciais, reiterou que teria uma política isolada e não se envolveria em conflitos extra-estadunidenses. Todos caíram na sua ladainha e se esqueceram de um fator: o fator Donald Trump.
Durante seu discurso, Trump afirmou que não admitirá o emprego de armas químicas e depois de ignorar linha seguida por Obama no conflito, disse que anos de tentativas de alterar a conduta de Assad fracassaram de forma drástica, o que acabou agravando a crise dos refugiados e aumentou a instabilidade na região; coisas que são realmente verdade e que ele não deixaria de trazer à tona.
Para concluir, fez um apelo às ditas “nações civilizadas” para acabar com o terrorismo e com a “carnificina na Síria”. Trump se vê como uma espécie de Nick Fury unindo Os Vingadores contra os Chitauri no filme de 2012. Mas ele tem sido mais um Tony Stark, rico, arrogante e que acha que dá conta do recado.
Depois de seis anos de guerra, quase meio milhão de mortos e 10 milhões de refugiados, uma intervenção de uma coalizão de países na Síria é tão perigosa quanto interessante. O que não se pode esquecer é que a Síria não é qualquer país onde se pode entrar metendo o bedelho. Está acontecendo uma Guerra Civil. Lá temos um tirano, um ditador assassino, lutando contra rebeldes terroristas que querem tirá-lo do poder. Sem esquecer de seus aliados: A Rússia e o Irã.
Rússia esta que é parceiraça de Donald Trump. Será que ainda é? Bom, Vladimir Putin, presidente da Rússia, considera o ataque dos Estados Unidos ao seu aliado Bashar al Assad uma violação da legislação internacional que coloca em risco a cooperação com Washington.
O porta-voz dele, Dmitry Peskov, informou a Reuters que Putin vê o ataque contra a base síria como uma agressão contra um Estado soberano que viola a legislação internacional e que se baseia num pretexto fabricado para desviar a atenção das mortes de civis no Iraque. “Este passo dos Estados Unidos vai representar um golpe significativo nos laços EUA-Rússia”, afirmou.
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Bom, sabemos que Putin só é aliado da Síria para tentar acabar com os jihadistas do Estado Islâmico, coisa que os Estados Unidos também sonham. Ou seja, esse ataque de Donald Trump à Síria é mais uma etapa da eterna guerra que vivemos: países se atacando, Estado Islâmico e o escambau. Os EUA respondeu ao ataque com armas químicas da Síria. E Bashar al Assad vai continuar por lá. A menos que sofra um golpe. Acho difícil. Que pode acontecer além disso? Se nenhum dos lados tiver um ataque de pelancas por algum motivo, tudo deve ficar na mesma.
FONTES:
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/07/internacional/1491531655_261774.html
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/07/internacional/1491565337_032301.html
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/06/internacional/1491506181_402836.html



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