Tudo começa no Facebook, essa rede social repleta de filhos da puta. Luizinho fez uma publicação. Nela, insinuou que saiu com a atual parceira de André. Ele não deixou barato e a discussão virtual foi pesada. Ofensas, mais ofensas e toda a baixaria que uma situação como essa merece. O bate-boca foi longe...

Do virtual, o confronto ganhou proporções maiores. Os dois se esbarraram pelas ruas de Jaú, interior de São Paulo. André estava furioso. Discutiram um pouco e a situação esquentou. Ele tirou uma arma do bolso e apontou para Luizinho. Assustado ele corria e gritava desesperado: 'Fudeu, fudeu!'.


Não satisfeito em ameaçá-lo com uma arma, André pensou numa segunda alternativa para colocar um ponto final nessa história. Lembrou que seu ganha-pão estava estacionado por aquelas bandas. Entrou rapidamente em seu caminhão de melancias, que não era grande, e começou a perseguir seu antagonista. “Nunca mais esse viado fala que pegou minha mulher!”, gritava o motorista cheio de raiva.




A melhor maneira de resolver uma discussão é tentar atropelar a pessoa com um caminhão de melancias. Isso todos sabemos.

Luizinho foi perseguido pelo agressor, que acelerava o caminhão de melancias pela rua. Para se proteger, entrou em uma residência e se escondeu atrás de um muro.‘Que vá tomar no cu, esse corno!’, gargalhou Luizinho. Por um momento, achou que estava seguro. Por um breve momento.


O caminhoneiro viu que ele se escondeu. ‘Foda-se o muro’, pensou. Atropelou o rapaz. Destruiu o muro. Fugiu. Luizinho, apesar do puta susto que levou, teve apenas ferimentos leves. A polícia chegou.


O ‘gênio das melancias’ deixou a carteira no caminhão. Documentos e cento e dez reais. Algumas melancias estavam espatifadas no chão. As que sobreviveram à intempérie foram saqueadas pelos curiosos que observavam atentos o que acontecia. Luizinho falava com a polícia. Assustado, ainda parecia meio descrente do que havia acontecido. A polícia questionou o que ele faria. Prontamente respondeu: ‘vou apagar a publicação’.

A notícia do ocorrido repercutiu na cidade, deixando perplexos os jauenses. Na postagem da notícia, os comentários eram os mais variados. Uma das moradoras questionava: ‘Bateu?’. Outro disse: ‘Melancia docinha’. Um deles atentou para as normas de trânsito: ‘Será que ele deu seta?’. Se eu fosse eles mediria as palavras. Vai que alguém se ofende e tenta atropelá-los com um caminhão de melancias...




Todo mundo conhece ou já ouviu falar de alguém que se matou. Mesmo sendo algo próximo à todos, a palavra suicídio costuma incomodar. A cada 45 minutos uma pessoa se suicida no Brasil, e apesar do grande rebu em torno do assunto - hoje tema de série e envolvido num jogo polêmico - ele continua sendo um tabu, ainda que os índices e a necessidade do debate continuem crescendo. De acordo com o Mapa da Violência 2017, entre 1980 e 2014, a taxa de jovens que tiram a própria vida subiu 27,2%, mostrando que o tema precisa, mais do que nunca, ser tratado de forma aberta e sem preconceitos.

É comum o suicídio ganhar destaque durante o mês de setembro, quando é realizado o “Setembro Amarelo”, uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Mas recentemente isso mudou. A série “13 reasons why” (Os 13 porquês), lançada em março deste ano pela Netflix, conta a história de Hanna Baker, uma jovem que comete suicídio e deixa gravadas fitas explicando as razões que a fizeram se matar. 

Outro fato que impulsionou o debate foi o jogo Baleia Azul. O desafio é composto por um total de 50 provas diárias que devem ser cumpridas. Cada desafio é enviado diariamente por um “curador” que pede provas (fotografias ou vídeo) de que o desafio foi cumprido pelos jogadores que são, por norma, adolescentes com problemas de depressão ou isolamento. Uma das premissas do jogo é que se deve jogar até ao fim, sem desistências e sem contar a ninguém, sendo o desafio final o suicídio.


Série da NETFLIX trouxe o debate sobre o suicídio à tona 
A depressão e o bullying são dois fatores cruciais quando se fala em suicídio. De acordo com a coordenadora da Comissão de Estudo e Prevenção ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria, Alexandrina Meleiro, o bullying “vai massacrando a autoestima e isso favorece desenvolver alguns quadros, entre eles, de ansiedade e principalmente de depressão.” De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o número de pessoas que vivem com depressão cresceu 18% entre 2005 e 2015, sendo que hoje mais de 300 milhões de pessoas de todo o mundo sofrem com a doença, que na pior das hipóteses pode levar ao suicídio.

Outro problema que tem afetado a vida dos jovens é que eles tendem a comparar suas vidas com a dos outros. Alexandrina conta que, imersos em redes sociais como Facebook ou Instagram, muitos deles assistem a retratos de vidas fantásticas selecionam posts que exibam a melhor parte de suas vidas. Quando comparadas, a vida de quem assiste a esse espetáculo parece pior, principalmente quando surgem problemas.


Estudo da Royal Society for Public Health (RSPH) afirma que Instagram é o pior aplicativo para saúde mental dos jovens 
A alta taxa de suicídio entre os jovens intriga médicos, pais e professores pelo paradoxo que representa: o sofrimento e a angústia num período da vida que é geralmente associado a descobertas, alegrias e amizades, não a tristezas e morte. Mas as mudanças na fase da puberdade podem explicar em parte esse fenômeno. Principalmente as que estão relacionadas à sexualidade dos adolescentes e jovens.

As questões que envolvem sexualidade e gênero são definidoras quando se trata do suicídio. Alexandrina afirma que “a dificuldade em lidar com a sexualidade contribui para moldar um comportamento suicida.” A não-aceitação por parte da família, amigos e colegas também prejudica o emocional e pode desencadear tendências suicidas. Tendência essa que predomina no gênero masculino .

Os homens se matam três vezes mais do que as mulheres. De acordo com a cartilha da Associação Brasileira de Psicologia sobre suicídio, “papéis masculinos tendem a estar associados a maiores níveis de força, independência e comportamentos de risco”. Reforçar esse papel pode impedir que homens procurem ajuda em momentos de depressão e sofrimento.

Taxa de suicídios de homens é três vezes maior a das mulheres 
De acordo com o psiquiatra Neury Botega, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade de Campinas), referência no país em prevenção do comportamento suicida, “as pessoas têm dificuldade de lidar com a angústia que as acompanham. Há vazio e solidão. Mas, não a solidão de simplesmente estar só. É uma solidão do desamparo, de um vazio desesperado e difícil de ser transformado em pensamentos apaziguadores, um vazio relacionado à ausência de vínculos e de pertencimento. Não se consegue dar um significado para a existência”.

O que causa preocupação entre os pesquisadores não é apenas o número de suicídios entre os jovens, mas a rapidez com que a taxa está crescendo. E ela cresce por um conjunto de fatores. "A sociedade está cada vez menos solidária, o jovem não tem mais uma rede de apoio. Além disso, ele é desiludido em relação aos ideais que outras gerações tiveram", analisa Botega.

O egoísmo e a falta de solidariedade da sociedade são fatores que influenciam o índice de suicídios 
E é justamente essa uma das razões de se falar abertamente sobre o suicídio: cada vez mais os jovens estão tirando suas vidas e parece que ninguém está disposto a discutir o problema. O tema continua sendo desgostoso até para profissionais de saúde. Nos registros do Datasus (banco de dados do Sistema Único de Saúde), o suicídio aparece como "mortes por lesões autoprovocadas voluntariamente". Um eufemismo que disfarça o desagradável, evita a palavra, mas perpetua o problema.


A troca de informações a respeito do suicídio evita muitos casos: a OMS afirma que é possível prevenir 90% das mortes se existirem condições para ofertar ajuda. Quem pensa em suicídio está passando por um sofrimento psicológico e não enxerga uma saída para isso a não ser a morte; o que não significa que queira morrer. Há um sentimento duplo: a pessoa quer se livrar da dor, mas quer viver; pensa que a morte pode ser confortadora. No fim das contas, o suicídio não passa de uma ilusão do alívio.
“Cara, descobri uma coisa hoje. Sabe como é o nome da mulher do Gilmar Mendes? Guiomar. G-U-I-O-M-A-R” E soltou uma gargalhada alta, típica dos Passareli e de toda boa família descendente de italianos.

Enquanto Fernando ria e contava algumas coisas, eu comia um pedaço de bolo e tomava um copo de leite na pequena cozinha que dividimos em Florianópolis. Nos conhecemos há cinco anos no Ensino Médio e no curso técnico de Automação Industrial do SENAI de Tubarão-SC. Desde então somos melhores amigos.

Ele está na terceira fase do curso de Física. Um jovem de 20 anos quase completos. Antes disso, cursou dois semestres de Ciências Sociais. Muita gente se pergunta: “Como assim? Mudou de Ciências Sociais pra Física? Que coisa nada a ver.” 

Bom, quem o conhece bem sabe que essa mudança faz todo sentido: ele se dá bem tanto com leituras, resumos e seminários quanto com equações, integrais e derivadas. Eu fui para as letras, ele, para os números.

Todos os dias, às seis e meia da manhã. ele já está acordado. Faz seu café. Prepara um pão com doce de leite ou come algumas bolachas. Liga o computador e abre o Reddit. Ele não tem Facebook. Não mais. Ele decidiu excluir seu perfil, tanto pelo campo de guerra que a rede social se tornou quanto pelo tempo que poderia usar para estudar.

O físico Richard Feynman
Nove de novembro de 2016. Seis e meia da manhã. Ele e eu saímos cada um de seu quarto. Eu tinha ficado acompanhando as eleições dos EUA durante a madrugada, ele foi dormir às dez e meia da noite anterior. Olhei pra ele com uma expressão irônica e debochada. Bastou isso pra ele pôr a mão na cabeça, me olhar com espanto e dizer “O Trump ganhou!”.“Isso mesmo, meu jovem”, eu respondi e dei uma risada.


Ele até gostava do primeiro semestre de Ciências Sociais. Mas o segundo...Só tinha visto o Fernando daquele jeito no curso técnico - que ele sabia que não usaria aquilo pra nada além de instalar umas tomadas no quarto. Ele não estava nem aí para o curso - nem para o técnico, nem para Ciências Sociais. Foi aí que ele começou a ler sobre Física e a velha paixão por ela começou a despertar. 

Então ele leu “O senhor está brincando, sr. Feynman?”, autobiografia de Richard Feynman, um dos Físicos mais loucos e brilhantes. Ele me contava sobre o livro com entusiasmo, gesticulava e falava sobre o quanto o Feynman era louco. Até então, meados de outubro de 2015, ele só pensava mudar de curso. 

Eu tinha certeza que ele mudaria. Afinal, entre a Ciência e a Sociedade, ele se dava melhor com a primeira. Um mês depois, pediu transferência. Chega de Marx, Weber ou Adam Smith. Newton, Pascal e tantos outros o esperavam no CFM - Centro de Ciências Físicas e Matemáticas. “Cara, esse pessoal de Sociais não bate bem da cabeça. Meu Deus do céu!”, sempre lembro dele falando isso.

Abri a porta de casa, que dá direto para o fogão, e lá estava ele falhando miseravelmente em fritar “orelhinhas”e protegendo seu rosto e cabelo dos respingos de óleo. “A massa ficou muito mole eu acho”, ele respondeu. Eu sugeri que ele não saísse do “campo da Focaccia”, sobre o qual ele tinha domínio. “Bora pedir uma pizza hoje?”, ele me perguntou. “Beleza!” respondi.


Na maior parte do tempo, Fernando está fazendo suas listas de exercícios - que são gigantescas. “Cara, a média das provas da nossa turma foi um desastre. Quatro. O cara ficou maluco com a gente.”. Ele, pelo menos, estava sempre bem acima da média da turma. Certamente ele será um excelente professor ou um Físico teórico.

Em um dos sábados em que os dois estariam em Tubarão, combinamos de ir ao cinema, assim dava pra ir com o resto do pessoal. Guardiões da Galáxia Vol.2. Não tinha como esse filme ser ruim. Nós dois concordamos nisso. Era sexta-feira, ele estava com uma camisa do Pink Floyd, nós dois estávamos muito animados pro filme e conversamos pra caramba sobre o futuro do Universo Cinematográfico da Marvel, sobre política, sobre outros filmes, sobre livros, sobre as aulas: nada que a gente não converse quase todo dia.
 
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Em meio à essa loucura toda e zilhares de informações, faço aqui uma compilado de algumas dúvidas recorrentes sobre uma suposta saída de Michel Temer da presidência.



01. Que acusação pode ser feita a Michel Temer?
R: Além de um eventual pedido de impeachment, o atual presidente pode responder a um processo criminal por "crime contra administração da justiça", chamado por muitos por "obstrução da justiça" (o termo obstrução da justiça não consta no Código Penal).

02. Os áudios são ilegais ou não?
R: Do ponto de vista judicial, sim. A Justiça aceita como provas gravações clandestinas (quando um dos lados não sabe que a conversa está sendo registrada) somente se a pessoa as apresenta em defesa própria ou para se proteger de um criminoso - uma ameaça de morte, por exemplo.Mas claro, assim como a gravação da conversa de Dilma E Lula em 2016 (a do Bessias), os áudio serão usados politicamente: mesmo que não sejam usados como provas, a informação será levada em conta.

03.Quem assume se Temer cair?
R: Na linha de sucessão está o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deve convocar eleições indiretas em até 30 dias, onde serão eleitos novos presidente e vice. O próximos na linha de sucessão da presidência são, respectivamente, o presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB-CE) e a presidente do STF Carmem Lucia.

04. Há possibilidade de eleições diretas?
R:Talvez. Há em andamento uma PEC para que em casos de impeachment possa se fazer eleição direta até seis meses antes do fim do mandato. Mas fora isso, não há COMO nem MEIO de se fazer uma eleição direta por vias legais. Só se quiserem dar um golpe.

05. Quem pode fazer denúncia de impeachment nesse caso?
R: Creio que existam duas possibilidades: as previstas pelo art.86 da CF. Qualquer cidadão pode denunciá-lo por crime de responsabilidade. Mas só o Procurador Geral da República Rodrigo Janot pode denunciá-lo por crime comum. Nas duas hipóteses é necessário que 2/3 da Câmara aprovem o pedido de impeachment. No primeiro, cabe UNICAMENTE ao Presidente da Câmara admitir o processo de impeachment; depois ao plenário. No segundo caso, cabe aos ministros do STF decidirem se levam adiante o processo, já que é o STF que julga o presidente em caso de crime comum.


O Brasil realmente não é para os fracos. Há pouco mais de um ano, Michel Temer assumia a presidência da República. Hoje, está prestes a deixá-la. E, caso perca seu cargo, será pelo truque mais barato, dantesco e hollywoodiano possível: uma gravação. Sim, acredite você ou não, o presidente da República caiu no velho conto do gravador escondido.



Magnatas do grupo JBS, Wesley e Joesley Santana (nomes ótimos para uma dupla sertaneja) gravaram, em acordo com a Operação Lava Jato uma conversa de Temer com Joesley. Durante essa "troca de ideias", o presidente supostamente deu aval à compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, preso desde outubro de 2016 em  Curitiba. Segundo o jornal O GLOBO, a gravação da conversa foi feita em 7 de março deste ano.

Michel Temer já é nome carimbado nas delações da Operação Lava Jato, mas não poderia responder a atos "estranhos ao mandato", conforme uma interpretação tosca do inciso 4º do art. 86 da Constituição Federal. Mas agora com essa denúncia, os ventos sopram contra as velas do barco de Michel Temer, que não só pode responder a um processo de impeachment, como a um processo criminal por obstrução da justiça.

Wesley e Joesley Batista, donos do Grupo JBS

Sua base parlamentar (praticamente 3/4 do Congresso Nacional) avisou ao Palácio do Planalto que quer a renúncia de Michel Temer. Seus aliados se voltaram contra ele, e dificilmente haverá uma saída para Michel Temer a não ser abandonar o posto de capitão antes que o joguem para fora do barco. Numa outra perspectiva, é bom lembrar: quem acolhe os pedidos de impedimento é o presidente da Câmara. E diferente de Dilma Rousseff, que tinha um inimigo (Cunha) na presidência da Câmara, Michel Temer tem um amigão: Rodrigo Maia.

Mas parece que Michel Temer não está a fim de renunciar. Numa reunião com conselheiros políticos na noite desta quarta, Temer disse que não tem disposição em renunciar, e ressaltou que em nenhum momento falou sobre o silêncio de Cunha nas conversas que teve com Joesley.

NOTA DA PRESIDÊNCIA À IMPRENSA

"O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar.

O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República.

O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados”.

Até a noite de ontem, ninguém apostava que Michel Temer perderia seu mandato, mas a gravação (que não foi nem liberada nem homologada) dos irmãos Batista fez com que surgissem novas incertezas na política do país. Junte a isso o abandono da base aliada, a cobertura da imprensa e a impopularidade do Governo Temer e voilá: possivelmente o Brasil terá três presidentes em menos de dois anos.




Com o rebuliço da noite de ontem (tô pra descobrir por que os escândalos políticos só estouram depois das 20h), aqueles que gostam de opinar pelos cotovelos já estão por aí: ELEIÇÕES DIRETAS JÁ! Mas temos de pensar numa coisa: eleições diretas são feitas de quatro em quatro anos. E não estamos vivendo sob um governo ditatorial para sair por aí pedindo novas eleições.

Explico. Com a saída de Michel Temer, o presidente da Câmara dos deputados Rodrigo Maia assume a presidência e, em até 30 dias convoca eleições INDIRETAS, na qual o Congresso Nacional elege alguém para completar o mandato. Porém, esse processo não brotou da cabeça de algum ser humano por aí: ele está definido pela constituição (art.80 e 81)

Imagem meramente ilustrativa

O fato de Michel Temer ter obstruído a justiça nos dá o direito de afastá-lo, mas não de sair por aí legislando e pedindo pra votar em um novo presidente só porque a gente acha que isso é o certo a se fazer. Muita gente acha que muita coisa a se fazer é o certo, mas nem por isso estão cumprindo a lei.

Há muitos dizendo que "nenhuma instituição brasileira tem moral para governar o país." Eu pergunto: o que os faz acreditar que novas eleições mudariam isso? As instituições,apesar das suas falhas e lentidão estão funcionando sim. Ou o país parou? 

Se você quer novas eleições, apresente uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) sugerindo que eleições diretas possam ser convocadas até seis meses antes do fim do mandato, como o deputado Miro Teixeira (REDE-RJ) está sugerindo. É mais coerente do que pedir eleições diretas cada vez que uma laranja podre for descoberta no meio da política brasileira. Teríamos eleições todas as semanas.

Caso Temer caia, temos de seguir a regra do jogo, por pior que ela possa parecer. Tentar mudar as regras do jogo no meio da partida vai favorecer um dos times que estão jogando - e não, não seremos nós os beneficiados. Temos um ano e meio pela frente até as eleições presidenciais de 2018. Vida que segue. E que siga conforme tem de ser: sem atropelos e sem afobamentos. O apressado come cru. E quase sempre queima a língua.



O ano de 2016 pode ser definido por uma palavra: pós-verdade. Todos os anos a Oxford Dictionaries, o departamento da universidade de Oxford responsável pela elaboração de dicionários, elege uma palavra do ano para a língua inglesa. Não por menos: o ano foi marcado por acontecimentos que tiveram o envolvimento das chamadas fake news, notícias falsas que ganham credibilidade independente do surgimento de evidências que as desmintam.


Muitas dessas notícias são compartilhadas por pessoas que, acreditando ou não nelas, querem disseminá-las por confirmarem algum ponto de vista ou por desmentir uma opinião contrária. A questão é que a maioria dessas pessoas não está interessada na verdade e nos fatos, mas na sua própria verdade, e por isso não medem esforços em defendê-la, mesmo que para isso tenha de disseminar mentiras e esconder as verdadeiras informações.


Um levantamento do site BuzzFeed apontou que entre agosto e novembro do ano passado, as fake news tiveram cerca de  8,7 milhões de compartilhamentos no Facebook. Eram coisas do tipo "Papa declara apoio a Trump" e "agente do FBI que expôs e-mails de Hillary é encontrado morto". Durante o mesmo período, as notícias verdadeiras foram compartilhadas 7,8 milhões de vezes.


Mesmo sabendo que o Papa nunca poderia apoiar quaisquer candidatos à presidência de qualquer país, as pessoas compartilham tais fatos. Notamos que, por mais absurda que possa ser uma notícia, se ela valida uma opinião, ela se torna verdadeira para quem a compartilha. A verdade da notícia não está mais nos seus fatos, mas na possibilidade deles apoiarem determinada visão de mundo. A culpa, é claro, não está somente nas pessoas que consomem, mas também naqueles que as produzem.





A Folha de S. Paulo apurou a existência de uma fábrica de fake news no interior de Minas Gerais, sede de sites como Pensa Brasil e Folha Digital. Todos faturam com conteúdos apelativos que impulsionam a audiência do site, sejam eles clickbaits (notícias com títulos chamativos que acabam por ser falsas ou não tão emocionantes quanto a chamada) ou às próprias notícias mentirosas.


Há grande peso da indústria de notícias falsas nesse fenômeno da ‘pós-verdade’. Mas não é o único fator responsável A produção de conteúdo falso por uma rede organizada somada  à uma população que se informa por meio de redes sociais aliada com a rapidez da propagação das fake news e o interesse ideológico em propagar a ‘informação’. Essa é a receita para o fenômeno da ‘pós-verdade’. E o ingrediente principal é o interesse ideológico.


É ele quem motiva tanto os produtores das notícias falsas a publicarem, quanto os leitores a compartilharem as notícias, mesmo que falsas. Quem produz está interessado nos clicks que vão gerar dinheiro. Mas e os leitores que publicam tais informações em seus perfis pessoais? O que eles ganham com isso? A satisfação de ter algo em que pode embasar suas crenças e opiniões, mesmo que essas bases sejam falsas. Diferente de quem produz, o interesse do leitor é puramente ideológico: não importa se é falso, confirma o que eu penso.


As pessoas são inclinadas a aceitar aquilo que reafirma o que elas pensam. As ideologias de uma pessoa quase sempre abafa evidências contrárias a ela. Por mais que os fatos insistam em ir na direção contrária, as convicções pessoais falam mais alto. E embora não possamos colocar toda a culpa nos leitores, não podemos isentá-los de serem vítimas das fake news.


Embora existam exceções, aqueles que são pegos de surpresa por um bait (iscas), os leitores das fake news estão interessados em duas coisas principais. A primeira, é em ser o primeiro a dar a notícia, o pioneiro em compartilhar a informação com o público. Pouco importa se é verdade, a rapidez em espalhar a ‘verdade’ no Facebook e nos grupos de WhattsApp é prioridade. A segunda é defender aquilo que pensa. Não a verdade, mas as opiniões. E se os fatos forem falsos, sem problemas. A mentira vira notícia.
Estranhou o título? Pois é. Essa ladainha vem sendo repetida por muitas pessoas há bastante tempo. Sempre que acontecia algo que pudesse gerar dúvidas à Operação, logo se ouvia que a Lava Jato estava correndo perigo. Quando Michel Temer assumiu a presidência: 'a Lava Jato corre perigo'. Quando o ex-relator da Operação, Teori Zavascki faleceu: 'a Lava Jato corre perigo' .Com a divulgação da lista do atual relator Edson Fachin, na última terça (11), acho que essa pataquada deve parar de ser repetida como um mantra, pelo menos por algum tempo.

Ministro do STF Edson Fachin (Divulgação STF)
Na noite da última terça (11), o Supremo divulgou a lista de Fachin. Os pedidos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foram enviados no dia 14 de março ao Supremo. Ao todo Janot encaminhou ao Supremo mais de trezentos pedidos. Na última terça, Fachin 'resolveu' o que fazer com cada um.

Desses, são:

-74 inquéritos abertos que miram 98 investigados

-7 pedidos arquivados

-11 petições devolvidas para a PGR

-201 pedidos de inquérito remetidos para outras instâncias do Poder Judiciário

-25 petições sob sigilo

A lista atinge toda a cúpula política brasileira: oito ministros do Governo Temer, quatro ex-presidentes da República, e 71 parlamentares, entre deputados e senadores.

Aécio Neves é campeão em inquéritos abertos (Wilson Dias/Agência Brasil)
Os senadores Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, e Romero Jucá (RR), presidente do PMDB, são os políticos com o maior número de inquéritos a serem abertos: 5, cada. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-presidente do Senado, vem em seguida, com 4. O Governo Temer é atingido em cheio: são investigados os ministros Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil, Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Kassab (PSD), da Ciência e Tecnologia, Helder Barbalho (PMDB), da Integração Nacional, Aloysio Nunes (PSDB), das Relações Exteriores, Blairo Maggi (PP), da Agricultura, Bruno Araújo (PSDB), das Cidades, Roberto Freire (PPS), da Cultura, e Marcos Pereira (PRB), da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. 

Além disso, os presidentes dos poderes também estão nessa: o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RM) e o presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB-CE). Com a divulgação da lista, os trabalhos nas casas legislativas parou.

Deputada Estadual Ana Paula Lima é citada em inquérito (Foto: Divulgação)
Nós catarinenses estamos representados na lista. O Senador da República Dalírio José Beber (PSDB-SC), o Deputado Federal Décio Lima(PT-SC), o prefeito da cidade de Blumenau Napoleão Bernardes (PSDB-SC) e a deputada estadual Ana Paula Lima (PT-SC) constam nos pedidos. Em nota oficial, a deputada declarou estar serena e à disposição das autoridades competentes e que as doações à sua campanha foram legais e aprovadas. Os outros investigados não se pronunciaram.

A partir de agora

Com a abertura dos inquéritos no STF, se inicia a fase de coleta de provas e investigações pela Procuradoria Geral da República, onde pode-se chamar os envolvidos para prestar depoimentos e coisas afins. Caso não haja provas suficientes, pode haver o arquivamento do caso. Se as denúncias forem aceitas, os investigados tornam-se réus e vão a julgamento pela segunda turma do STF, composta pelos ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e o próprio Fachin.

2014 foi um ano de eleições. 2015, de manifestações. 2016 foi ano de impeachment. Parece que 2017 promete ser um ano onde a crise política vai alcançar patamares escatológicos. Os políticos que se cuidem. A Lava Jato está longe de acabar.

CONFIRA A LISTA DE FACHIN (GRIFOS MEUS)


Senador da República Romero Jucá Filho (PMDB-RR)

Senador Aécio Neves da Cunha (PSDB-MG)

Senador da República Renan Calheiros (PMDB-AL)

Ministro da Casa Civil Eliseu Lemos Padilha (PMDB-RS)

Ministro da Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab (PSD)


Senador da República Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)

Deputado Federal Paulinho da Força (SD-SP)

Deputado Federal Marco Maia (PT-RS)

Deputado Federal Carlos Zarattini (PT-SP)

Deputado Federal Rodrigo Maia (DEM-RM), presidente da Câmara

Deputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA)

Deputado federal Milton Monti (PR-SP)

Governador do Estado de Alagoas Renan Filho (PMDB)

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Wellington Moreira Franco (PMDB)

Ministro da Cultura Roberto Freire (PPS)

Ministro das Cidades Bruno Cavalcanti de Araújo (PSDB-PE)

Ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB)

Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Marcos Antônio Pereira (PRB)

Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Blairo Borges Maggi (PP)

Ministro de Estado da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB)


Senador da República Paulo Rocha (PT-PA)

Senador Humberto Sérgio Costa Lima (PT-PE)

Senador da República Edison Lobão (PMDB-PA)

Senador da República Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

Senador da República Jorge Viana (PT-AC)

Senadora da República Lidice da Mata (PSB-BA)

Senador da República José Agripino Maia (DEM-RN)

Senadora da República Marta Suplicy (PMDB-SP)

Senador da República Ciro Nogueira (PP-PI)

Senador da República Dalírio José Beber (PSDB-SC)

Senador da República Ivo Cassol

Senador Lindbergh Farias (PT-RJ)

Senadora da República Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)

Senadora da República Kátia Regina de Abreu (PMDB-TO)

Senador da República Fernando Afonso Collor de Mello (PTC-AL)

Senador da República José Serra (PSDB-SP)

Senador da República Eduardo Braga (PMDB-AM)

Senador Omar Aziz (PSD-AM)

Senador da República Valdir Raupp

Senador Eunício Oliveira (PMDB-CE)

Senador da República Eduardo Amorim (PSDB-SE)

Senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

Senador da República Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)

Senador da República Ricardo Ferraço (PSDB-ES)

Deputado Federal José Carlos Aleluia (DEM-BA)

Deputado Federal Daniel Almeida (PCdoB-BA)

Deputado Federal Mário Negromonte Jr. (PP-BA)

Deputado Federal Nelson Pellegrino (PT-BA)

Deputado Federal Jutahy Júnior (PSDB-BA)

Deputada Federal Maria do Rosário (PT-RS)

Deputado Federal Felipe Maia (DEM-RN)

Deputado Federal Ônix Lorenzoni (DEM-RS)

Deputado Federal Jarbas de Andrade Vasconcelos (PMDB-PE)

Deputado Federal Vicente “Vicentinho” Paulo da Silva (PT-SP)

Deputado Federal Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)

Deputada Federal Yeda Crusius (PSDB-RS)

Deputado Federal Paulo Henrique Lustosa (PP-CE)

Deputado Federal José Reinaldo (PSB-MA), por fatos de quando era governador do Maranhão

Deputado Federal João Paulo Papa (PSDB-SP)

Deputado Federal Vander Loubet (PT-MS)

Deputado Federal Rodrigo Garcia (DEM-SP)

Deputado Federal Cacá Leão (PP-BA)

Deputado Federal Celso Russomano (PRB-SP)

Deputado Federal Dimas Fabiano Toledo (PP-MG)

Deputado Federal Pedro Paulo (PMDB-RJ)

Deputado federal Lúcio Vieira Lima (PDMB-BA)

Deputado Federal Paes Landim (PTB-PI)

Deputado Federal Daniel Vilela (PMDB-GO)

Deputado Federal Alfredo Nascimento (PR-AM)

Deputado Federal Zeca Dirceu (PT-SP)

Deputado Federal Betinho Gomes (PSDB-PE)

Deputado Federal Zeca do PT (PT-MS)

Deputado Federal Vicente Cândido (PT-SP)

Deputado Federal Júlio Lopes (PP-RJ)

Deputado Federal Fábio Faria (PSD-RN)

Deputado Federal Heráclito Fortes (PSB-PI)

Deputado Federal Beto Mansur (PRB-SP)

Deputado Federal Antônio Brito (PSD-BA)

Deputado Federal Décio Lima (PT-SC)

Deputado Federal Arlindo Chinaglia (PT-SP)

Ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo Filho

Governador do Estado do Rio Grande do Norte Robinson Faria (PSD)

Governador do Estado do Acre Tião Viana (PT)

Prefeita Municipal de Mossoró/RN Rosalba Ciarlini (PP), ex-governadora do Estado

Valdemar da Costa Neto (PR)

Luís Alberto Maguito Vilela, ex-Senador da República e Prefeito Municipal de Aparecida de Goiânia entre os anos de 2012 e 2014

Edvaldo Pereira de Brito, então candidato ao cargo de senador pela Bahia nas eleições 2010

Oswaldo Borges da Costa, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais/Codemig

Senador Antônio Anastasia (PSDB-MG)

Cândido Vaccarezza (ex-deputado federal PT)

Guido Mantega (ex-ministro)

César Maia (DEM), vereador e ex-prefeito do Rio de Janeiro e ex-deputado federal

Paulo Bernardo da Silva, então ministro de Estado

Eduardo Paes (PMDB), ex-prefeito do Rio de Janeiro

José Dirceu

Deputada Estadual em Santa Catarina Ana Paula Lima (PT-SC)

Márcio Toledo, arrecadador das campanhas da senadora Suplicy

Napoleão Bernardes
, Prefeito Municipal de Blumenau/SC

João Carlos Gonçalves Ribeiro, que então era secretário de Planejamento do Estado de Rondônia

advogado Ulisses César Martins de Sousa, à época Procurador-Geral do Estado do Maranhão

Rodrigo de Holanda Menezes Jucá, então candidato a vice-governador de Roraima, filho de Romer Jucá

Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio

Eron Bezerra, marido da senadra Grazziotin

Moisés Pinto Gomes, marido da senadora Kátia Abreu, em nome de quem teria recebido os recursos

Humberto Kasper

Marco Arildo Prates da Cunha

Vado da Famárcia, ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho

José Feliciano


FONTES:

http://exame.abril.com.br/brasil/um-resumo-da-lista-de-fachin-para-quem-nao-entendeu-nada/

http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/12/politica/1491953886_549601.html

http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/11/politica/1491939768_913247.html

http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/exclusivo-a-lista-de-fachin/

http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/12/politica/1491964915_773957.html
Na última segunda (3), escrevi aqui sobre o terror, e não só sobre o terrorismo, mas os terrorismos dos Estados. Bom, parece que coincidentemente,na mesma semana, pôde se comprovar aquilo que escrevi três dias atrás. Viveremos numa eterna guerra.

Os Estados Unidos lançaram misseis numa base do exército da Síria na madrugada desta sexta-feira (noite de quinta no Brasil). O Governo de Donald Trump utilizou 59 mísseis Tomahawk contra a base aérea de Shayrat, em Homs, no norte da Síria. O ataque foi uma represália ao bombardeio com armas químicas feito pelo Governo de Bashar al Assad que matou 86 pessoas na terça-feira, incluindo 30 crianças. Líderes democratas e republicanos apoiam a ofensiva, assim como a OTAN e países como Israel, Arábia Saudita e o Reino Unido. A Rússia condenou a operação, afirmando tratar-se de uma agressão contra um país soberano.


Ao contrário de Barack Obama, que preferiu financiar grupos rebeldes sírios contra a ditadura de Assad e alimentou a guerra civil no país, Trump se valeu do imprevisível e atacou sem aviso nem recado. Antes de se tornar presidente, ele criticava as ações de Obama na Síria e, durante as campanhas presidenciais, reiterou que teria uma política isolada e não se envolveria em conflitos extra-estadunidenses. Todos caíram na sua ladainha e se esqueceram de um fator: o fator Donald Trump.

Durante seu discurso, Trump afirmou que não admitirá o emprego de armas químicas e depois de ignorar linha seguida por Obama no conflito, disse que anos de tentativas de alterar a conduta de Assad fracassaram de forma drástica, o que acabou agravando a crise dos refugiados e aumentou a instabilidade na região; coisas que são realmente verdade e que ele não deixaria de trazer à tona.

Para concluir, fez um apelo às ditas “nações civilizadas” para acabar com o terrorismo e com a “carnificina na Síria”. Trump se vê como uma espécie de Nick Fury unindo Os Vingadores contra os Chitauri no filme de 2012. Mas ele tem sido mais um Tony Stark, rico, arrogante e que acha que dá conta do recado.



Depois de seis anos de guerra, quase meio milhão de  mortos e 10 milhões de refugiados, uma intervenção de uma coalizão de países na Síria é tão perigosa quanto interessante. O que não se pode esquecer é que a Síria não é qualquer país onde se pode entrar metendo o bedelho. Está acontecendo uma Guerra Civil. Lá temos um tirano, um ditador assassino, lutando contra rebeldes terroristas que querem tirá-lo do poder. Sem esquecer de seus aliados: A Rússia e o Irã.

Rússia esta que é parceiraça de Donald Trump. Será que ainda é? Bom, Vladimir Putin, presidente da Rússia, considera o ataque dos Estados Unidos ao seu aliado Bashar al Assad uma violação da legislação internacional que coloca em risco a cooperação com Washington. 

O porta-voz dele, Dmitry Peskov, informou a Reuters que Putin vê o ataque contra a base síria como uma agressão contra um Estado soberano que viola a legislação internacional e que se baseia num pretexto fabricado para desviar a atenção das mortes de civis no Iraque. “Este passo dos Estados Unidos vai representar um golpe significativo nos laços EUA-Rússia”, afirmou.

Misseis disparados pela base naval americana no Mediterrâneo (Reuters)
Bom, sabemos que Putin só é aliado da Síria para tentar acabar com os jihadistas do Estado Islâmico, coisa que os Estados Unidos também sonham. Ou seja, esse ataque de Donald Trump à Síria é mais uma etapa da eterna guerra que vivemos: países se atacando, Estado Islâmico e o escambau. Os EUA respondeu ao ataque com armas químicas da Síria. E Bashar al Assad vai continuar por lá. A menos que sofra um golpe. Acho difícil. Que pode acontecer além disso? Se nenhum dos lados tiver um ataque de pelancas por algum motivo, tudo deve ficar na mesma. 



FONTES:

http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/07/internacional/1491531655_261774.html

http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/07/internacional/1491565337_032301.html

http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/06/internacional/1491506181_402836.html
O terrorismo parece ser a hipótese mais provável, a julgar pelo rumo das investigações e as declarações oficiais. O porta-voz da Procuradoria, Alexandr Kurenoi, se referiu reiteradamente ao evento como “ato terrorista”. A câmera de vídeo do metrô capturou a imagem do suposto organizador do atentado, de acordo com a agência Interfax, citando fontes a par da situação. Segundo uma versão de testemunhas, difundida pelo canal RenTV, o autor do ataque deixou uma mochila com a carga explosiva no interior do trem antes de se fecharem as portas, ao partir da estação Sennaia Ploshad.(EL PAÍS)

O trecho acima é a notícia do El País sobre o  ocorrido hoje num metrô em São Petersburgo, na Rússia. Pelo menos 11 pessoas morreram e outras 45 feridas após a explosão de uma bomba. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, estava em São Petersburgo nesta segunda-feira(3). Precisamos nos acostumar: o terror veio para ficar. Sei que ainda está se investigando a hipótese de terrorismo. Mas não falo somente em terrorismo.

Está ficando cada vez mais claro: o terror, seja ele provocado por terroristas ou governos, está longe de cessar. Daqui pra frente a humanidade terá de se adaptar a caos que permeia momentos de estabilidade. Sempre existirá meia dúzia de loucos com uma bomba amarrada ao peito dispostos a morrer e a matar em nome de algum ideal. Isso jamais deixará de existir.



Lutar contra eles? Bom, quem gosta de terror não teme à morte. Uma das mais grotescas ironias é tentar acabar com o terrorismo matando terroristas. Terroristas não têm medo da morte. Eles vivem para morrer. Nós é que tememos a eles e à morte. Tudo bem, querem guerrear, que lutem então. É justo querer se defender e revidar ataques. Mas tenham em mente: eles não vão parar.

Os ideais de um terrorista ou de um governante que toca o terror são maiores do que o medo que eles têm de qualquer outra coisa. Repito: suicidas querem morrer. A guerra é um favor nosso à eles. Embora seja uma guerra perdida, afinal, eles dão como a HIDRA nos filmes da Marvel.Se você cortar uma cabeça, duas nascem no lugar. 

Mas não é por ser uma guerra perdida que não deve ser lutada. A nobreza da guerra nem sempre está na vitória, mas nas suas causas. A primeira guerra foi movida pelos interesses dos países. Imperialismo, corrida armamentista e industrial, briga por territórios africanos, governos não-unificados...A segunda guerra foi praticamente uma continuação da primeira.

A terceira guerra talvez seja essa eterna luta contra o terrorismo.  Claro que existem interesses dos diversos lados. Mas acredito que, pela primeira vez, uma guerra mundial teria uma motivação maior, a mais nobre motivação para se comprar uma briga: a paz.


FONTE: 
Rússia busca dois suspeitos do atentado com 11 mortos no metrô de São Petersburgo
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/03/internacional/1491223293_821732.html
Muito se fala sobre amar as pessoas. No cristianismo, amar ao próximo é algo que demonstra que verdadeiramente você teve uma mudança de vida. É amando ao próximo que você se faz semelhante a Cristo. Mas na cabeça de muita gente, o amor está restrito aos elogios, ao seu tratamento respeitoso para com as pessoas. Para grande parte das pessoas, os julgamentos não cabem dentro do amor. Se você ama, você deve aceitar a pessoa como ela é, amar suas qualidades e defeitos. Engana-se aquele que pensa dessa forma.

Amar alguém é saber que aquela pessoa tem defeitos e qualidades e que você vai amá-las apesar disso. Porém, isso não significa que você irá fechar os olhos para os defeitos dela e conviver com aquilo, como se aquilo fosse parte do pacote "amar". Amar apesar dos erros, mas apontando e corrigindo as falhas. Não se trata de você ser bom ou melhor do que quem você ama, mas sim de amar. Exato: quem ama não deseja que a pessoa amada se afunde em seus erros. Pelo contrário, quer o melhor dela.

Quem ama corrige, julga e aponta os erros alheios. E faz isso porque não porque é orgulhoso e quer diminuir a pessoa, vamos lembrar que apontar erros alheios não nos impede de cometê-los. Faz isso porque AMA. O amor não é feito somente de coisas fofas e adoráveis. É formado também por aquelas amargas atitudes que às vezes precisamos tomar. Dizer um "você não deveria ter feito isso" ou "você precisa mudar algumas atitudes" não é nada fácil quando se ama alguém. Mas são as atitudes mais difíceis de se tomar que provam o seu amor. 


Elogios, abraços e beijos são fundamentais na demonstração do afeto e do amor. Mas quando você confronta uma pessoa a arrepender-se de uma atitude errada e às vezes é até rígido com esse alguém, você está atingindo um nível sincero e verdadeiro de amor. Não um amor que se firma  nos momentos bons e carinhosos, mas que se sustenta em verdade e lealdade. Ainda que aos olhos de quem está sendo corrigido seja árduo e duro ouvir que está errado.

Se você ama alguém sem julgar as atitudes dessa pessoa, você está apenas bajulando essa pessoa. É o famoso "massagear o ego", que não faz bem nem ao massageador, nem ao massageado. Amar vai além de gostar e estar junto. Amar vai além de estar junto e gostar de alguém. Às vezes é necessário se afastar de pessoas que você ama por não concordar com atitudes que ela toma. Não que você não a ame. É que simplesmente você não pode confirmar as atitudes dela nem apoiá-la em decisões toscas e imbecis. E vocês se afastam.

Amar requer sacrifícios. Requer que estejamos dispostos a apoiar as pessoas a quem amamos em suas decisões sensatas, estar junto delas em momentos que precisem, em momentos em que elas caem e querem ajuda para levantar. E é também saber que o amor não convive com o erro. E que o amor muitas vezes pode ser um balde de água fria na  cabeça de muita gente.
A minha série favorita é Monk: um detetive diferente. Desde que assisti Sr Monk volta à escola, um dos episódios da segunda temporada, fui me identificando com Monk. Não por suas fobias ou TOC, mas pela maneira que ele se portava diante das pessoas. E foi Monk que me ajudou a não ser mais um garoto tímido e retraído.

Elenco da série a partir da 3º temporada

Adrian Monk cresceu com Transtorno obsessivo-compulsivo, além de uma série de tiques e fobias. Ele era um detetive brilhante e trabalhava para o Departamento de Polícia de São Francisco, até que sua esposa Trudy morreu numa explosão de carro em 1997 ao ir comprar um remédio para Ambrose, irmão de Monk.

Monk sofreu um colapso por não ter encontrado quem matou Trudy: suas fobias se agravararam de modo que o capitão e chefe de polícia Leland Stotlemayer teve que afastar Monk, que se isolou, recusando sair de sua casa por três anos. Com a ajuda da enfermeira Sharona Fleming, Adrian finalmente sai da casa e começa a trabalhar consultor particular para a polícia em casos muito difíceis.

As manias, tiques e fobias fazem com que Monk não seja o tipo de pessoa que tem muitos amigos ou com quem as pessoas se sentem à vontade. Ele tem medo de germes, e evita cumprimentar as pessoas. Quando cumprimenta, limpa as mãos com um lenço. Adrian não sabe se comportar com as pessoas - se sabe, não se importa em seguir tais regras de comportamento.

Eu era assim. Sabe aquela pessoa meio bicho do mato, que prefere não conversar com ninguém a passar vergonha? Prefere não comer nada na casa de um estranho por vergonha? Não se enturma ou não fala com ninguém porque não conhece ou tem medo de sei lá o quê? Era eu.

Mas embora eu não tenha TOC, tiques, manias, nem uma história traumática como a de Monk, eu pude aprender inúmeras lições com ele. Enquanto foi casado com Trudy, ele tinha apresentado melhoras; quando Trudy se foi, ele perdeu o chão. Monk já havia aprendido algo que eu não: as pessoas o faziam ser melhor, no caso de Monk, Trudy o fazia melhor.


Abertura da série.


Adrian entendeu que precisava de alguém para ajudá-lo a superar seus medos, crises e fobias. Ele deixou sua timidez de lado, suas fobias, suas angústias e arriscou estar ao lado de Trudy. E Trudy lhe fazia muito bem, o amava e tinha muita paciência com as peculiaridades de Monk.

Monk me ensinou a não ter medo das pessoas. E que elas podem me fazer ser melhor. Podem me ajudar a superar medos e obstáculos. Eu não preciso ter medo delas.

Também aprendi uma outra coisa com ele, mas dessa vez ao longo das temporadas. Monk não se importava com as pessoas, se importava consigo e com aqueles mais próximos -  e olhe lá. Mas à medida que as temporadas se iam, Monk ia deixando de lado suas "esquisitices" e se tornava cada vez menos egoísta.

Monk começa a se enxergar nas pessoas. Como em Sr. Monk e a Desmemoriada, onde Adrian passa a ver Sharona como uma pessoa normal, não só como sua enfermeira. Embora ele já a tratasse com naturalidade e quase como uma amiga, nesse episódio Monk percebe Sharona com olhos menos egocêntricos do que antes, já que Sharona acha que está ficando sem memória como seu pai.

Monk me ajudou a perceber que as pessoas não são monstros e eu posso conversar com elas; se eu me colocar no lugar delas, isso fará com que eu me sinta menos retraído, menos tímido, afinal, ela é alguém como eu. 

E se Adrian Monk, com suas fobias, chiliques, tiques e manias conseguiu superar tudo e conquistar novamente seu emprego, o que impede alguém que não tem nem mania, nem tique, nem fobia, de ser alguém mais sociável e menos detestável?


O sexto artigo do estatuto do desarmamento diz que "é proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional" salvo para os casos previstos em legislação própria. O artigo 35 diz que é proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas em lei.

Assinado por Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro dia de julho de 2004, o estatuto dispõe a legislação relacionada ao porte de armas. Mas o referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições que ocorreu em 23 de outubro do ano seguinte ao estatuto (2005) deu uma resposta ao governo: 59.109.265 de eleitores disseram um belo NÃO à proibição da venda de armas e munições.



Apesar de a maioria decidir pelo "não", sendo a favor da comercialização das armas e munições, a restrição continuou. É bom lembrar que ainda assim, de acordo com a lei, o porte de arma continua ilegal, salvo algumas raras exceções.

O cidadão que deseja ter uma arma  deverá mantê-la em seu domicílio, além de ter que registrá-la no momento da compra e passar por um processo burocrático que só aprovará o registro caso o cidadão não esteja no grupo considerado "de risco" (na boa parte das vezes, esse cidadão não conseguirá a arma).

Ouve-se falar muito que o desarmamento resolveria o problema da violência. A questão é que desarmar não é resolver o problema da violência e do número de homicídios. Isso porque o estatuto do desarmamento foi lançado e nenhuma medida foi tomada para acompanhá-lo ao longo dos anos, como melhorias no sistema prisional, verificação de registros de armas e um combate eficaz (a nível federal) contra o crime organizado.

Mas longe de mim me ater a esses pontos. Como eu explico a redução de 15,4% de mortes por armas de fogo no Brasil entre 2003 e 2012? Não explico. É possível que o desarmamento tenha diminuído o número de mortes, não duvido. Menos armas nas ruas pode sim significar uma menor possibilidade de alguém ser morto por armas, afinal há menos delas.



Mas há duas questões que levanto aqui, e não estão relacionadas com porcentagens e números. A primeira, todos temos o direito à legítima defesa. A segunda, não existe desarmamento. Vamos tratar da primeira questão. O direito que cada pessoa tem à legítima defesa.

O artigo 5º da Constituição Federal, garante aos brasileiros o direito à vida, segurança e propriedade:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Por segurança entende-se que o cidadão terá a proteção das forças estatais (Polícia Militar, Civil, Federal, Exército), mas também entende-se que eu, como cidadão, posso me defender para garantir a minha segurança e a minha vida. Sendo assim, para que a minha vida esteja em segurança, é necessário que, caso o Estado não me proteja, EU mesmo faça isso.

Para isso, por que é que eu não posso ter a propriedade de uma arma de fogo? O termo jurídico "propriedade" significa que eu tenho o direito de gozar e dispor das coisas com exclusividade, de acordo com os limites legais, claro; é o direito de usar e dispor dos bens. Embora o direito à propriedade não seja absoluto, ele é garantido quando cumpre sua função social.

E ter a propriedade de uma arma para garantir a minha segurança e a minha vida, como o artigo quinto dispõe, cumpre a função social de me manter vivo.



A segunda questão é que não existe desarmamento. Para desarmar pessoas, é necessário que as forças estatais tenham armas. Afinal se você não tem como ameaçar alguém, porque essa pessoa entregaria sua arma? Apoiar o desarmamento não é dizer não às armas e à violência. As armas e a violência serão necessárias para tomar as armas do povo.

O desarmamento não é sobre ninguém ter armas. Se você ainda acredita nisso, bom, leia esse texto novamente. Ou tente desarmar alguém que está armado com o argumento de que se ninguém tiver armas o mundo será melhor. O desarmamento é sobre o governo, e somente ele, possuir armas. Os bandidos continuarão tendo armas, afinal, não é comum aos bandidos respeitar estatutos ou leis. Bom, é isso que faz deles criminosos, não é mesmo?

O desarmamento é dar ao governo e às organizações criminosas a possibilidade de nos fazer reféns das suas armas. Afinal, as armas podem ser perigosas nas mãos de cidadãos comuns. Mas serão muito bem utilizadas pelo governo e pelos bandidos. É nisto que consiste desarmar a população de um país: deixá-la de mãos atadas diante de criminosos armados e uma segurança incompetente.


FONTES:

CONSTITUIÇÃO: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

ESTATUTO DO DESARMAMENTO: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm

Entenda em menos de 1 minuto por que a ideia de desarmamento civil é estúpida -
http://spotniks.com/entenda-em-menos-de-1-minuto-por-que-a-ideia-de-desarmamento-civil-e-estupida/

Estatuto do Desarmamento reduziu mortes por armas de fogo em 15,4% no Brasil -
http://brasileiros.com.br/2016/06/estatuto-do-desarmamento-reduziu-mortes-por-armas-de-fogo-em-154-no-brasil/
Recentemente vem acontecendo uma crise na segurança de um dos estados do sudeste: o Espírito Santo. Uma onda de violência tomou conta do estado nos últimos dias; 90 assassinatos registrados em cinco dias - bom, não é à toa que em 2016, o Brasil foi considerado líder em número de homicídios pelo Atlas da violência.

Bandeira do estado do Espírito Santo


COMO TUDO COMEÇOU

Mulheres de policiais militares começaram um protesto no sábado (4) por volta das seis da manhã em frente aos batalhões da Polícia Militar impedindo a saída dos PM´s.

A manifestação foi registrada em batalhões dos sete municípios da Grande Vitória e nas cidades de Colatina, Linhares, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim e Piúma. Desde o início do protesto, grupos de 20 a 50 mulheres se revezam dia e noite diante dos batalhões da PM no Estado.

Manifestantes protestam por reajuste salarial e benefícios 

DIVULGAÇÃO MOVIMENTO DAS FAMÍLIAS PMES



O QUE OS MANIFESTANTES QUERIAM
Os manifestantes reivindicavam uma porção de coisas, entre elas: reajuste salarial de 46%, com uma correção de 7 anos de perdas pela inflação, mais ganho real de 10%, auxílio-alimentação de R$176, adicional por periculosidade, adicional por insalubridade; adicional noturno, plano de saúde, entre outras.

QUANTO GANHA UM PM NO ESPÍRITO SANTO

O piso salarial de um policial militar no Espírito Santo é de R$ 2.643, sendo o menor do Brasil. A média nacional é de R$ 3.980.

GOVERNO DO ESTADO QUEBRADO

O governo afirma que o reajuste pedido pelos PMs custaria R$ 500 milhões ao ano para o estado, dinheiro este que o estado não tem  porque enfrenta uma crise financeira e está "no limite" para dar reajuste salarial, dentro da Lei de Reajuste Fiscal, segundo Paulo Hartung, governador do ES.

VIOLÊNCIA E CAOS


Forças Armadas atuam no combate a violência no ES (Foto: Portal UOL)

Durante o fim de semana foram divulgados diversos relatos nas redes sociais sobre  saques, arrastões, queima de ônibus e tiroteios nas ruas do Espírito Santo com a hashtag #ESpedesocorro.

Na segunda (6)  as escolas, postos de saúde, estabelecimentos comerciais e órgãos públicos da Grande Vitória e de outros municípios ficaram fechados; os ônibus deixaram de circular por volta das quatro da tarde de segunda.

O Espírito Santo recebeu 1000 militares das Forças Armadas e 200 homens da Força Nacional para fazer a segurança das ruas do estado. O pedido foi feito pelo governo estadual na segunda.

O governador do Espírito Santo, César Roberto Colnaghi, transferiu para as Forças Armadas o controle operacional dos órgãos de segurança pública estadual. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado na tarde de quarta(8). Essa medida faz com que o general de brigada Adilson Carlos Katibe seja o responsável pela força-tarefa que atua no Estado.

JUSTIÇA

A Justiça decretou o movimento ilegal e já determinou que os manifestantes saiam das portas dos quartéis: o desembargador Robson Luiz Albanez emitiu uma liminar determinando que as pessoas deixassem as portas dos quarteis.

A decisão dá multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento. A liminar atinge a Associação de Cabos e Soldados, a Associação dos Subtenentes e Sargentos, a Associação dos Bombeiros Militares, a Associação dos Oficiais Militares e a Associação dos Militares da reserva.

O representante da Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo, major Rogério Fernandes Lima, disse que a instituição foi notificada na manhã de segunda (6) e que apresentarão defesa.


OPINIÃO

Não podemos deixar de notar que é uma sacanagem os policiais militares do Espírito Santo terem o pior salário do país e estarem sem reajuste há quatro anos. Mas há algo pior do que isso: a população estar totalmente à mercê da bandidagem sem ter como se proteger. A única saída é se esconder. Não há como as crianças irem à escola. Os pais também não vão trabalhar.

Como assim não há policiais na rua? É como deixar o pote de açúcar aberto e gritar: "Ei formigas, o pote de açúcar está aberto." Sim, é exatamente isso o que esta analogia boba quer dizer. É isso que os bandidos escutam quando se fala em greve de polícia militar. A greve é como abrir o pote de açúcar. O caos e a desgraça que estão acontecendo no ES são as formigas comendo o açúcar. 

O brasileiro não pode ter uma arma. 
A única proteção do cidadão é a Polícia Militar.
E o que acontece?
Ela entra em greve.



FONTES:

BRASIL LIDERA EM NÚMERO DE HOMÍCIDIOS - http://www.valor.com.br/brasil/4493134/brasil-lidera-em-numero-de-homicidios-no-mundo-diz-atlas-da-violencia

ROUBOS NA GRANDE VITÓRIA
http://www.sindipol.com.br/site/index.php/1461-200-ve%C3%ADculos-foram-roubados-ou-furtados-na-grande-vit%C3%B3ria-apenas-na-segunda-feira-06.html

CAOS NO ES
http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2017/02/pms-cobram-reajuste-familias-fazem-protesto-e-es-vive-caos-entenda.html

FORÇAS ARMADAS NO ES
http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2017/02/ministerio-da-defesa-anuncia-uso-das-forcas-armadas-no-es.html

COMO COMEÇOU
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-38888048

JUSTIÇA
http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2017/02/justica-declara-ilegal-movimento-de-parentes-de-pms-no-espirito-santo.html

FORÇAS ARMADAS NO ES
http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2017/02/ministerio-da-defesa-anuncia-uso-das-forcas-armadas-no-es.html

REJUSTE
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/brasil/noticia/2017/02/08/policia-militar-do-espirito-santo-esta-sem-reajuste-ha-quatro-anos-269843.php